Do blog de Josias de Souza, na Folha Online:
Realizou-se neste sábado (28), em Brasília, a convenção nacional do PSDB. Encontro divertido. Muito parecido com uma reunião de família.
A José Serra foi reservado o papel de tiozão chato. Muita gente talvez preferisse não convidá-lo. Mas –que remédio?— ele é da família.
Ninguém sabe muito bem como tratá-lo. Os mais jovens, como Aécio Neves, esforçam-se para não rir das esquisitices dele.
Os mais velhos, como FHC, dispensam a Serra uma tolerância respeitosa que a maioria acha que ele não merece.
Todo mundo, jovens e velhos, cuidam para que o tiozão não escandalize as visitas com novas histórias sobre suas aventuras presidenciais.
A discussão sobre o rateio dos lugares na mesa atrasou o início da festa em família por mais de três horas.
Se deixassem, Serra se aboletaria na cabeceira. Preferiu-se reacomodar Sérgio Guerra na presidência.
Se permitissem, o tiozão tomaria conta do Instituto Teotônio Vilela. Reservou-se a cadeira para um desafeto dele: Tasso Jereissati.
Se descuidassem, Serra distribuiria outros assentos vistosos entre os que ainda vêem graça nele. De novo, conseguiu-se evitar.
Na secretaria-geral, poltrona mais importante depois da do presidente, manteve-se Rodrigo de Castro (MG), do ramo mineiro da família.
Alberto Goldman, o preferido de Serra, foi mandado a um canto invisível da mesa, a vice-presidência.
Por fim, empurrou-se o tio Serra para fora da mesa principal. Foi alojado num puxadinho, a presidência de um conselho político.
Torce-se para que Serra se divirta nos próximos dois anos administrando o nada.
Se funcionar, a família só terá o trabalho de recebê-lo com educação protocolar na próxima reunião, marcada para 2013.
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