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Jornalista percorre as memórias de Foz do Iguaçu em livro

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Cidade dos paradoxos, Foz do Iguaçu tornou-se, na última década, notícia por ser um epicentro da contravenção, cujos efeitos repercutem nitidamente na educação e cultura. Porém, ganhou outras faces, a de cidade turística, cidade-mundo, cidade universitária e cidade do conhecimento.

A jornalista Denise Paro percorreu esta história e o resultado pode ser visto no livro Foz do Iguaçu – do descaminho aos novos caminhos, que acaba de ser lançado pela Editora Epígrafe.

Na obra, a autora transita pelos principais episódios da história de Foz do Iguaçu, desde a chegada da primeira expedição militar, em 1889, passando pela exploração da erva-mate, madeira, construção de Itaipu, o desenvolvimento do comércio de sacoleiros na vizinha Ciudad del Este e o contrabando via Puerto Iguazú. Nesse fio condutor ainda são registradas memórias de imigrantes que fundaram e hoje vivem na Vila Paraguaia, como também daqueles perseguidos em Foz do Iguaçu pela ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989).

A tensão vivida por italianos e alemães, expulsos da cidade durante a Segunda Guerra Mundial, por falarem a língua materna, mereceu uma seção. Em uma parte da obra, denominada Caminho do Saber, Denise elenca o potencial da educação da cidade e mostra como a chegada de estudantes e professores começa a transformar o perfil de Foz do Iguaçu.

Escrita com a técnica da narrativa jornalística a partir de 83 entrevistas realizadas com moradores da cidade, entre sacoleiros, imigrantes, policiais, fiscais, donas de casa e professores, a obra traz estatísticas de homicídios, apreensões de mercadorias e visitação do Parque Nacional do Iguaçu da última década. Também aborda o histórico e o desenvolvimento do turismo na cidade. “O intuito da obra é contribuir para o leitor compreender melhor o perfil da cidade e as etapas de crescimento ao longo da história”, diz a autora.

A narrativa, com entrevistas analíticas e referências a outras obras sobre a cidade, é ilustrada por 61 fotos, históricas e recentes, boa parte registradas pelo repórter fotográfico Christian Rizzi, também autor da imagem da capa. O repórter fotográfico Nani Góis assina a foto da contracapa.

A obra é resultado das experiências adquiridas pela jornalista durante a cobertura da Tríplice Fronteira durante 17 anos.