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ITV diz que Dilma passou os últimos dias “curtindo um palanque adoidado”

ITV diz que Dilma passou os últimos dias “curtindo um palanque adoidado”

Análise do ITV

lo do qComeçou ontem, oficialmente, o período para as campanhas eleitorais deste ano. A partir de agora, as condições de competição entre os candidatos tornam-se menos desequilibradas. Nada impede, porém, que aqueles que têm a máquina nas mãos continuem a abusar da privilegiada condição, a exempue tem feito Dilma Rousseff.

Nas últimas semanas, a candidata-presidente empreendeu uma agitada agenda de inaugurações e participações em eventos públicos a fim de turbinar sua exposição e, desta maneira, compensar pelo menos em parte a erosão em sua popularidade. Foram oito estados em dez dias, entregando o que estava e, principalmente, o que não estava pronto.

Na quinta-feira passada, deu-se o ápice e a petista protagonizou um dos lances de politicagem eleitoreira mais explícitos da história. Despachou ministros – de áreas tão díspares quanto saúde, portos e ciência e tecnologia – para 11 localidades em sete estados do país e comandou a entrega sincronizada de moradias do Minha Casa, Minha Vida.

A partir de Brasília, a presidente ganhou ribalta para aparecer em telões espalhados pelo Brasil, enquanto seus enviados ensaiavam um jogralzinho desfilando as maravilhas particulares de cada conjunto habitacional entregue. Tudo pago com dinheiro (R$ 2 milhões, pelo menos) do contribuinte.

Dilma aproveitou a ocasião para lançar a terceira fase do programa habitacional. Não explicou, porém, como assumiu compromissos que não tem como garantir – seja porque novo mandato ela ainda não tem, seja porque sequer as condições objetivas para uma futura nova etapa estão asseguradas.

“Segundo o Ministério das Cidades, não há previsão para publicação da portaria com o detalhamento do programa”, informou O Globo. Não se sabe as condições operacionais, nem tampouco o montante de recursos disponível para construir as prometidas 3 milhões de novas unidades.
É no mínimo curioso que o governo faça novos anúncios muito antes de cumprir suas antigas promessas. No caso do Minha Casa, apenas 25% das moradias prometidas por Dilma em 2011 foram efetivamente entregues aos beneficiários até agora, mostrou O Estado de S. Paulo em sua edição de sábado.

Esta, aliás, é a tônica da correria petista em véspera eleitoral: apressar-se para tentar mostrar em poucas semanas o que não fez em quatro anos – em muitos casos, em 12 anos…

É sintomático que o grosso da agenda de Dilma seja preenchido com sua participação em formaturas de alunos de ensino técnico, a entrega de moradias e a doação de máquinas e equipamentos a prefeitos. É o que ela tem a mostrar. Grandes obras, nem pensar.

Os petistas se sentem bastante à vontade nos palanques, mas não na administração diária do país. Governar dá trabalho e isso não é lá muito com eles. Uma pequena amostra disso é que, recentemente, Dilma foi questionada por jornalistas estrangeiros sobre por que a economia brasileira vai tão mal e, singelamente, respondeu: “Não sei”.

Os brasileiros, contudo, não têm dúvidas: é preciso mudar a situação geral do país, desejo expresso por sete em cada dez cidadãos. A oportunidade para isso começa agora com uma campanha eleitoral destinada a discutir francamente um novo e melhor futuro para o Brasil. Resta saber se o PT está disposto a isso ou vai continuar optando pelo vale-tudo ao qual se lança costumeiramente para tentar vencer eleições a qualquer custo.