O Hospital Municipal Padre Germano Lauck de Foz do Iguaçu caminha para a federalização, o mais provável através de uma gestão compartilhada pela da Unila com recursos do MEC e Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira, 9, o prefeito Chico Brasileiro confirmou que a Itaipu Binacional vai repassar R$ 36 milhões, em 12 parcelas de R$ 3 milhões, para despesas de custeio da unidade de saúde e ainda sexta-feira, o deputado federal Zeca Dirceu (PT) coordenou mais uma reunião com diretores do hospital e da universidade sobre o alinhamento deste processo.
“É uma decisão que cabe a Unila, mas é um processo que requer urgência”, afirmou o deputado petista. A reitora eleita da Unila, Diana Araújo, disse que ainda “está estudando a demanda”.
De toda forma, a prefeito Chico Brasileiro disse o custeio do hospital gira em torno de R$ 13 milhões a R$ 14,5 milhões ao mês, uma despesa que custo ao Município algo próximo a parcela mensal que recebe royalties da Itaipu Binacional, que em 2022 chegou a R$ 115 milhões em repasses.
“A Itaipu vai fazer um aporte de R$ 3 milhões mensais, em torno de 36 milhões por 12 meses, que será uma grande ajuda. Nunca recebemos uma ajuda de uma quantia tão significativa, para ajudar no custeio. Fizemos algumas parcerias com a Itaipu para equipamentos, para outras finalidades, mas o custeio da forma que a Itaipu está nos ajudando, realmente é um recurso que vai nos ajudar a dar um equilíbrio para o Hospital Municipal”, reforçou.
Impacto
Nos últimos dois anos, Chico Brasileiro teve que enfrentar o impacto da pandemia da covid e agora da epidemia da dengue e chikungunya. Como uma única unidade de saúde de grande porte na região, o hospital municipal atende as nove cidades do extremo oeste, além, e principalmente, os moradores (brasileiros e paraguaios) residentes do departamento de Alto Paraná, no Paraguai. Tanto o coronavírus como o Aedes aegypti não pedem licença para circular nas cidades da tríplice fronteira.
Há tempos, devido sua localização geográfica e atendimento pelo SUS, Foz do Iguaçu reivindica um tratamento diferenciado pelo Ministério da Saúde às cidades de fronteira. Algumas ações emergenciais, como o aumento das doses da vacina contra a covid, mas os recursos do PAB (piso de atenção básica à saúde) estão restritos ao número de moradores da cidade – algo próximo a 270 mil – e não ao um milhão de pessoas que residem na área geográfica de atendimento do SUS municipal.
A disparidade não foi solucionada e ainda pior, o hospital municipal não foi reconhecido como filantrópico, ou seja, não tem nem os benefícios fiscais de uma filantropia, o que ampliou mais seus custos e aumentou sua dívida desde que foi inaugurado em 2011.
Hospital federal
O prefeito também entende que a federalização do hospital e transformá- lo em um hospital-escola da Unila é a decisão mais correta. “A deputada Gleisi (Hoffmann, PT) já nos acompanhou em Brasília duas vezes. Estivemos com a ministra Nísia Trindade (Saúde) e o ministro Camilo Santana (Educação). Já protocolamos o pedido de federalização esse processo está correndo junto ao MEC”, disse.
Segundo Chico Brasileiro, o hospital municipal já é de ensino, uma vez que estudantes da Unila usam a estrutura de saúde para sua formação. “Claro que não é apenas o hospital municipal, mas também o Hospital Costa Cavalcanti e é importante que a gente tenha a universidade e tenha um hospital próprio para poder fazer a formação e para poder também expandir”.
“Um hospital universitário tem mais especialidades e mais complexidades e Foz precisa dessas duas pontas”. Na avaliação do prefeito, uma universidade geralmente tem uma área maior de pesquisa, de fazer um hospital de referência. “Estou muito confiante neste projeto, temos um grande apoio”.
Serviços ampliados
Com a federalização o hospital deixa de ser gerido pelo município, que terá mais recursos para investir em outras redes de saúde. “Isto é importante, o município não vai deixar de investir em saúde, mas vai fazer outras parcerias, ampliar serviços, e inclusive oferecer mais atendimento a população, porque o hospital não deixará de atender o que já atende, vai até ampliar o atendimento”, disse
“A certeza que tenho, independente de quando vai acontecer, vou ficar grato, pode ser no último dia do meu governo, mas eu vou ficar feliz em entregar uma cidade com um hospital onerando menos os cofres do município. Sei o peso que foi e é. Não estou trabalhando para deixar a bomba para o próximo gestor, que quero que pegue a cidade em boas condições e melhore condições”, pontuou.
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