Pico de consumo no lado brasileiro foi na tarde de quarta-feira (23), às 15h55, com demanda máxima de 89.114 MW. Calor de verão impulsiona a demanda.
O Brasil fechou a última semana com dois recordes sucessivos de consumo horário no Sistema Interligado Nacional (SIN). Isso quer dizer que nunca se consumiu tanta energia no País no mesmo horário. O pico foi na tarde de quarta-feira (23), com demanda máxima de 89.114 MW às 14h55 – superando o recorde do dia anterior, às 15h26, de 87.489 MW. No mês de janeiro, foram quebrados quatro recordes históricos, de acordo com o Operador Nacional do Sistema ONS.
A Administração Nacional de Eletricidade (Ande), responsável pela operação do sistema no Paraguai, também registrou um novo recorde histórico nessa mesma quarta-feira, 5 minutos antes do evento brasileiro (às 15h50), com um consumo de 3.451 MW.
Nesse mesmo dia, também aconteceram dois novos recordes de suprimento da usina de Itaipu ao Paraguai. O recorde horário, com 3.035 MW às 16h, e o recorde diário, com 2.687 MW médios.
No momento dos recordes brasileiro e paraguaio, a usina de Itaipu operava com disponibilidade total das máquinas e carga máxima, cerca de 14.000 MW. Para isso, todas as 20 unidades geradoras estavam produzindo energia.
O diretor técnico executivo, Mauro Corbellini, explicou que a maior contribuição de Itaipu nessas condições de alto consumo é a capacidade da usina de entregar potência, ou seja, produzir muita energia num curto espaço de tempo.
]Essa capacidade de Itaipu, acrescenta o diretor, ajuda o sistema elétrico a manter o equilíbrio entre consumo e produção. “Se o consumo superar a capacidade do País de entregar potência instantânea, e a frequência (60Hz no Brasil e 50Hz no Paraguai) cair de maneira relevante, poderia haver colapso no sistema. O papel de Itaipu é fundamental para que esse o equilíbrio seja mantido.”
Fatores
O superintendente de Operação, Celso Torino, disse que alguns fatores explicam o alto consumo nesta época do ano, tanto no Brasil, como no Paraguai. O calor de verão é o principal deles, fazendo com que a utilização dos aparelhos de ar condicionado se torne mais intensa.
Além disso, é nesta época do ano que os países retornam as atividades após o período de férias natalinas – especialmente, a indústria, comércio e escolas.
“Antigamente, no Brasil, o pico de consumo de energia era às 19h, quando a entrada da iluminação pública coincidia com o funcionamento do comércio, indústria e uso do chuveiro elétrico. Hoje, é por volta das 15h, porque a relevância não é mais da iluminação pública e sim do ar-condicionado”, comentou.
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