Uma comissão da usina de Itaipu e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) trouxe dos EUA um reforço para o trabalho de vigilância e combate ao tabagismo, ação coordenada pelo Grupo de Trabalho Itaipu-Saúde (GT Itaipu-Saúde), na região da fronteira do Brasil com o Paraguai e Argentina.
O grupo, liderado pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Marcos Stamm, se reuniu com integrantes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), agência internacional referência neste e em outros temas ligados à saúde pública – foco do GT Itaipu-Saúde.
Houve grande convergência de temas de interesse comum. O intercâmbio de informações pode render, em breve, parcerias para combater, além do tabagismo, problemas como violência e abuso sexual, prevenção de doenças de imigrantes, doenças negligenciadas não transmissíveis e arboviroses, entre outros. Ainda haverá rodadas de trabalho posteriores para identificar outros possíveis acordos de cooperação.
Participaram da reunião, além do diretor-geral brasileiro, o diretor-superintendente do PTI, Jorge Augusto Callado; o assistente do diretor-geral, Luiz Paulo Johansson; e o consultor do GT Itaipu-Saúde, Luiz Fernando de Oliveira Ribas. Por parte do CDC estavam o diretor associado regional Time das Américas, Paul Young; da analista sênior de saúde pública, Angela Roca; e da analista em saúde pública, Chandra Pendergraft.
De acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo custa mais de um trilhão de dólares à economia global por ano, em gastos médicos e perda de produtividade. O valor é bem superior às receitas globais com impostos sobre o fumo – cerca de 269 bilhões de dólares entre 2013 e 2014. Outro dado surpreendente é que o fumo matará um terço a mais de pessoas até 2030. O maior consumo está dividido entre 14 países: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, México, Filipinas, Polônia, Rússia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Vietnã.
Para Johansson, que coordena o GT Itaipu-Saúde, esse intercâmbio de experiências ajuda o grupo a atuar com políticas públicas de saúde na região trinacional com mais embasamento. “Quanto mais conhecimento, melhor para trazer soluções para problemas que são muitos caros à população em geral”, reforça. No GT Itaipu-Saúde, que trabalha com diferentes comissões, o tabagismo recebe uma atenção especial.
Atualmente, o GT conta com 11 comissões: Acidentes e Violências, Educação Permanente, Endemias e Epidemias, Residência Médica, Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente, Saúde do Homem, Saúde Indígena, Saúde do Idoso, Saúde Materno Infantil, Saúde Mental e Fitoterápicos. Há também três subcomissões: IST/Aids, Urgências e Emergências e Redes de Laboratórios.
São ações que integram o Programa Saúde na Fronteira, presente em 28 cidades brasileiras e 31 paraguaias, que juntas somam cerca de 1,5 milhão de habitantes e recebem ações para o fortalecimento de políticas públicas na região.
O programa se desenvolve por meio da aplicação de recursos financeiros na aquisição de equipamentos e materiais e capacitação de técnicos, em ações voltadas à ampliação do número de leitos hospitalares, campanhas de vacinação e combate a doenças. Seu público-alvo é formado por profissionais e técnicos da saúde do Brasil, do Paraguai e da Argentina, além de usuários do sistema de saúde.
O CDC
O CDC é reconhecido ainda pelo trabalho de combate a infecções de transmissão sexual, imunização, arboviroses e doenças crônicas não transmissíveis, entre vários outros temas ligados à saúde coletiva e de prevenção, em todo o mundo.
Entre outras experiências, Itaipu e PTI debateram com os representantes do CDC o projeto de vigilância integrada para o controle de arboviroses (doenças transmitidas por insetos, como dengue, zika e chikungunya).
A ideia é tornar esse sistema como modelo para a contenção destas doenças na região da tríplice fronteira, sobretudo pelo método que usa geoprocessamento e um laboratório de diagnóstico por biologia molecular totalmente financiado pela usina.
Em viagens internacionais recentes, a Itaipu assinou importantes acordos com o Fundo de População das Nações Unidas e com a Organização das Nações Unidas na área de saúde pública. O acordo marco tem como base a experiência da Itaipu na promoção de ações de políticas públicas de saúde na região de fronteira do Brasil com o Paraguai, por meio do GT Itaipu-Saúde, bem como na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 em sua área de influência.
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