O Paraná está entre os três estados com investimentos públicos em alta mesmo nos tempos bicudos da crise econõmica nacional, aponta relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) reportado nesta segunda-feira, 27, pelas jornalistas Martha Beck e Bárbara Nascimento no jornal O Globo. O Estado é um dos poucos tanbém a manter os picos de investimentos pagando em dia os salários dos servidores e os fornecedores de obras e serviços. Isso só é possível, segundo o governador Beto Richa, com o ajuste fiscal aliado ao corte de despesas e enxugamento da máquina pública.
Segundo dados do Tesouro Nacional, avaliados pelo IFI, 13 estados registraram queda nos investimentos entre 2015 e 2016. Os piores resultados são de Amapá (tombo de 71%), Rio de Janeiro (-62%), Goiás (-44%) e Pará (-31%). Na contramão, está o Paraná com alta expressiva de 60%, além de Piauí (73%) e Mato Grosso do Sul (65%) – estados com economias menores. “Mas quando se observa um horizonte um pouco mais longo, de 2013 a 2016, a queda nos investimentos ocorreu em 22 estados”, diz O Globo.
Na reportagem, o secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, aponta os motivos dos expressivos investimentos no Estado. ” Um dos poucos a registrar alta nos investimentos, o Paraná atribui isso à identificação precoce da necessidade de um ajuste fiscal. Mauro Ricardo Costa explica que os primeiros cortes e providências para aumento de receita, como aumento da contribuição previdenciária, ocorreram em dezembro de 2014: Isso permitiu que pudéssemos manter as contas equilibradas”, afirmou o secretário ao jornal.
“Costa ressalta que, como o Paraná já estava com o ajuste em andamento, conseguiu aproveitar o período em que deixou de pagar as parcelas com a União — benefício obtido por todos os entes na renegociação das dívidas com o governo federal — para investir, sobretudo em rodovias e segurança pública. Ele admite que a taxa de investimento ainda não é a ideal e que o crescimento se deu em cima de uma base pequena. Entre 2015 e 2016, houve uma alta, em termos absolutos, de apenas R$ 1,7 bilhão. A expectativa é que, neste ano, haja um crescimento de R$ 4 bilhões, o que levaria a taxa de investimento a 11% da Receita Corrente Líquida (RCL)”, diz a reportagem d’O Globo.
R$ 8,4 bilhões – No Paraná, os investimentos públicos de 2017 chegará a R$ 7,8 bilhões e os projetados no orçamento de 2018, incuindo os aportes da Copel e da Sanepar, serão de R$ 8,4 bilhões. “Enquanto os outros estados estão com dificuldade até para pagar os servidores, nós estamos com as contas em dia. O Paraná foi o primeiro a sair da crise e, hoje, todos os paranaenses podem colher os frutos do ajuste fiscal”, disse o governador Beto Richa durante encontro com 500 empresários do setor do comércio.
Já na matéra d’O Globo, em valores nominais, as estimativas da IFI mostram que os investimentos estaduais caíram pela metade: de R$ 57,8 bilhões em 2014 para R$ 28,7 bilhões acumulados em 12 meses até junho de 2017. Isso acaba impactando também o PIB brasileiro, pois alguns dos estados têm peso significativo da economia. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná respondem por quase 65% do PIB brasileiro, de acordo com o IBGE.
O trabalho da IFI aponta que os gastos estaduais com ativos e benefícios previdenciários cresceu gradualmente nos últimos anos, passando de 5,6% do PIB em 2011 para 6,4% do PIB este ano, o que representa cerca de 70% das despesas primárias. Por outro lado, os investimentos, que haviam subido de 0,7% para 1% do PIB entre 2011 e 2014, atingiram 0,4% do PIB em junho de 2017.
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