De forma mediada e pacífica, os estudantes que tomaram o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, em Curitiba, deixaram o local no fim da manhã deste sábado (5). Por volta das 11h30, os alunos começaram a deixar o prédio, meia hora após a chegada do reitor da universidade, professor Zaki Akel Sobrinho. A desocupação foi negociada durante toda a sexta-feira. Um documento com os termos do acordo foi assinado simbolicamente em frente ao prédio. As informações são da Gazeta do Povo.
Os três principais pontos da negociação foram a garantia de que os estudantes não seriam responsabilizados ou criminalizados pelo ato (dessa forma, a reitoria concordou em não abrir processo administrativo ou infracional contra os participantes). O reitor se comprometeu ainda a tratar o ato como uma luta democrática e não um ação de vandalismo. A direção da Universidade também aceitou adiar a discussão marcada para a semana seguinte sobre os termos para jubilamento (prazo máximo para concluir o curso). Ficou acertado que condições de segurança seriam providenciadas no momento da desocupação.
A invasão, que ocorreu na noite de sexta-feira (3), não deixou danos no prédio histórico, de acordo com a inspeção feita pela universidade.
Apenas os vidros da frente, quebrados no momento em que os estudantes forçaram a entrada, deverão ser substituídos. A sede da Santos Andrade ficará fechada para limpeza no fim de semana e só será reaberta na segunda-feira, para retomar as atividades normais. A instituição segue negociando outras desocupações. No momento, sete prédios da UFPR estão tomados. O próximo objetivo é buscar a saída dos estudantes de um prédio ao lado da Reitoria, onde ficam setores administrativos da Universidade.
Visibilidade
Tanto a reitoria como o movimento estudantil reconheceram que o prédio histórico da UFPR acabou dando visibilidade às reivindicações. “É o grande símbolo da cidade e também da cidade”, declarou Akel. No ato, no momento em que deixaram o prédio, os alunos também falaram sobre o simbolismo do local. Eles leram um texto, em sistema de jogral, destacando os motivos da mobilização, entre eles as medidas provisórias e propostas de emendas constitucionais que alteram o ensino médio e congelam gastos públicos. “Saímos de cabeça erguida. Se cobrimos o rosto [na quinta-feira] foi por causa da possibilidade de criminalização”, disse um dos participantes. A parte do movimento estudantil que lutava pela desocupação do prédio não acompanhou o ato. Segundo Akel, para evitar enfrentamentos, foi negociado para que os contrários não estivessem presentes.
Na noite de sexta-feira (4), houve um princípio de confusão em frente ao prédio. Por causa de uma briga na Praça Santos Andrade, que não teria relação nenhuma com o movimento estudantil, o reforço policial foi chamado. Como havia suspeita de envolvimento, foi negociada a entrada de policiais no prédio, mas, segundo o reitor, nada foi encontrado e ninguém foi preso.
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