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Íntegra do pronunciamento do presidente do PV, Mello Viana, no ato de protesto contra a censura.

Meu caro Milton Alves (presidente do PCdoB) e os presidentes dos partidos que estão. Quero dizer ao Waldyr (Pugliesi, presidente do PMDB) que depois dessas palavras dele fica difícil fazer um discurso em defesa da liberdade. Eu me inspirei muito em você, Waldyr, na década de 70, onde eu militava jovem ainda no PMDB, antes da existência do partido que eu ajudei a fundar, e eu milito até hoje. Leia na integra em Reportagens.

Íntegra do pronunciamento do presidente do PV, Mello Viana, no ato de protesto contra a censura.

Íntegra do pronunciamento do presidente do PV, Mello Viana, no ato de protesto contra a censura.

Meu caro Milton Alves (presidente do PCdoB) e os presidentes dos partidos que estão. Quero dizer ao Waldyr (Pugliesi, presidente do PMDB) que depois dessas palavras dele fica difícil fazer um discurso em defesa da liberdade. Eu me inspirei muito em você, Waldyr, na década de 70, onde eu militava jovem ainda no PMDB, antes da existência do partido que eu ajudei a fundar, e eu milito até hoje.

Então, mas eu não poderia deixar de expressar aqui as palavras em nome de todos do Partido Verde, um partido que tem, como um dos seus valores fundamentais: a liberdade.

Vasculhando ontem a noite na Internet, eu me deparei com o seguinte texto, é um telegrama enviado aos jornais do Brasil: “em ordem do Sr. Ministro da Justiça fica expressamente proibido a publicação de notícias, comentários, entrevistas, ou critério de qualquer natureza, ou democratização, ou assuntos correlatos, à anistia ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários, ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômica financeira, ou problemas sucessórias as suas implantações, as ordens acima transmitidas atinge quaisquer pessoas, inclusive as que já foram Ministro de Estado ou ocupam altas posições ou funções em qualquer atividades públicas, fica igualmente proibida pelo Sr. Ministro da Justiça à entrevista de Roberto Campos”. Telegrama assinado pelo Ministro Alfredo Buzaid em 15 de setembro de 1972.

Nesse momento Waldyr, você estava do outro lado, lutando pela liberdade. Isso pode expressar exatamente o momento que nós estamos vivendo. Eu não acredito que atitude de cercear a palavra, de cercear a expressão de uma ideologia política é um ato isolado. Não está cerceando a palavra de um governador. Não está cortando a palavra de uma Televisão.

O que está em jogo aqui é uma ideologia. Está cortando a palavra de quem defende uma ideologia e nitidamente neste momento no país, a maior liderança nacional que defende a coisa pública, claramente e abertamente é o governador Roberto Requião.

Então o que está em jogo neste momento é se os defensores da coisa pública têm ou não o direito de se falar. Nós temos uma rede de comunicação no país – que por culpa desse, ou daquele, ou daquele outro governo foi montada toda em cima de propriedade da iniciativa privada – é quem domina os meios de comunicação desse país.

Quando se abre uma brecha para que haja uma possibilidade de se colocar publicamente uma outra ideologia diferente que defende a coisa pública, que é contra os transgênicos, que é contra a desnacionalização das forças produtivas nacionais, acontecem atos como esse, concretizado. Mas que já vinha sendo minado há muito tempo, na Assembléia Legislativa já tinha propostas de proibição da TV Educativa, de colocar a palavra do governador, de colocar as propostas, de programas que defendem uma causa diferenciada daquilo defende a tevê pública.

Eu gostaria de encerrar minha palavra, voltando às suas palavras, que é a defesa da liberdade de expressão que está em jogo, e quem defende interesses diferentes da estrutura de comunicação nacional, tem que ter os veículos para expressar essa ideologia para a sociedade.