Durante a audiência pública promovida pela comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, o ex-ministro da Saúde, deputado federal Ricardo barros (Progressista/PR) defendeu que a informatização do sistema de saúde pode evitar a repetição de consultas, exames e entregas de medicamentos, economizando cerca de R$ 20 bilhões aos cofres públicos.
“Essa economia possibilitaria o reinvestimento no próprio serviço de saúde pública”, argumentou o parlamentar.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, concorda com o parlamentar e lembra que a realidade nos municípios mostra desperdícios de dinheiro público por falta de informatização.
“Por não termos um prontuário único, nós perdemos muito dinheiro no sistema único de saúde. A população procura assistência onde ela encontra uma porta aberta, passando por vários profissionais de saúde, com repetição de exames e de medicamentos”, narra.
O assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nereu Mansano apresentou alguns pontos que considera relevante para um sistema de saúde informatizado e mais eficiente.
“As informações – inclusive clínicas – devem ser produzidas e compartilhadas, em tempo real, em toda a rede de atenção a saúde. Deve haver a coleta de informação no momento do cuidado para reduzir as redundâncias, ineficiências diversas e as fragmentações”, defendeu.
RESISTÊNCIA – Ricardo Barros contou que durante a sua gestão no Ministério da Saúde sofreu resistência de vários setores para a implementação dessa medida.
“O maior lobby que enfrentei foi o contrário à informatização da saúde. A maior resistência para a implantação da informatização é dos servidores da saúde. Porque eles estão lá na ponta e não querem um sistema que controle a hora que eles chegam, a que saem, e toda a sua produtividade”, lembra.
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