A indústria do Paraná continua liderando a geração de empregos no setor. Em agosto, o número de trabalhadores ocupados na indústria cresceu 1,5% no Estado, em comparação com agosto de 2011. O desempenho segue na contramão da média nacional, que teve a 11ª queda consecutiva (-2%). Dos 10 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oito reduziram as vagas na indústria. Além do Paraná apenas Minas Gerais teve incremento, mas em menor proporção (0,5%).
Os segmentos industriais que mais ampliaram o número de empregados em agosto no Paraná foram máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (16,1%), têxtil (13,4%), produtos químicos (8,0%), minerais não metálicos (7,8%), fumo (6,8%), alimentos e bebidas (6,5%), metalurgia (5,7%) e refino de petróleo e álcool (4,4%).
A massa salarial teve crescimento real de 5,8% em agosto no Paraná, menor apenas que o registrado no Ceará (6,5%). Na média nacional, houve aumento de 1,7%. Nesse quesito, destacaram-se os ramos de máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (29,8%), têxtil (12,6%), meios de transporte (9,7%), alimentos e bebidas (8,7%), outros produtos (6,6%), produtos químicos (6,4%) e madeira (6,1%).
No que diz respeito às horas, pagas, a indústria paranaense foi a única a apresentar crescimento: 0,7%, enquanto a média nacional registrou redução de 2,6%.
ACUMULADO – Considerando os dados acumulados de janeiro a agosto de 2012, a indústria paranaense ocupa a liderança em todos os aspectos. O contingente ocupado cresceu 2,8% no Estado, frente a recuo de –1,4% no Brasil. A renda de salários subiu 9,5%, contra 3,4% da nacional; e as horas pagas aumentaram 1,6%, versus redução de 2,1% na média do País. Os destaques no período foram os segmentos de máquinas e aparelhos elétricos, meios de transporte, refino de petróleo e álcool, alimentos e bebidas, têxtil, produtos químicos, metalurgia e minerais não metálicos.
No índice anual (doze meses até agosto de 2012), a indústria do Estado ficou em primeiro lugar no Brasil em emprego (3,8% ante –1,0% para o País), ancorada em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (36,3%), alimentos e bebidas (10,8%), têxtil (10,2%), metalurgia (8,6%), minerais não metálicos (7,6%), produtos químicos (6,5%) e meios de transporte (6,4%).
Em folha de salários reais, o Paraná também figurou em primeiro lugar (10,1% contra 3,2% para o total nacional). As mais expressivas subidas ocorreram em máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações (42,6%), fumo (15,8%), meios de transporte, (14,8%), alimentos de bebidas (14,2%), outros produtos (13,6%) e produtos químicos (13,0%).
No item horas pagas, com acréscimo de 1,0%, diante de diminuição de –1,9% para o Brasil, o Paraná ficou no segundo lugar entre os estados investigados, atrás apenas de Pernambuco (1,7%).
ANÁLISE – O presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lourenço, diz que o desempenho diferenciado da indústria paranaense em relação ao restante do País está ligado ao dinamismo das cadeias produtivas da agroindústria, metalmecânica, petroquímica e construção civil.
Segundo ele, dois dados chamam a atenção nas estatísticas sobre emprego no Estado. Um deles é o fato de estarem sendo criados empregos em áreas mais “nobres”. “Isso fica evidente pela participação de 24,3% do setor industrial na abertura de vagas líquidas formais no Paraná, entre janeiro e agosto de 2012, contra 13,4% no Brasil”, afirma, citando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. O outro é a interiorização: 92,6% dos postos foram criados fora da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
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