Em manifestação contra propostas que pretendem mudar as regras das demarcações de terras indígenas, um grupo de índios fez ontem, no gramado em frente ao Congresso Nacional, o enterro simbólico da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Os índios entregaram a um grupo de parlamentares uma carta pedindo a imediata paralisação de várias propostas em tramitação no Congresso, entre elas a PEC 215, que transfere do Executivo para o Congresso a prerrogativa de demarcação de terras indígenas.
“Nós, caciques e lideranças indígenas de todo o Brasil, mobilizados em Brasília e simultaneamente em vários estados, repudiamos de público os ataques orquestrados pelo governo da presidenta Dilma Rousseff e parlamentares, majoritariamente ruralistas do Congresso Nacional, contra os nossos direitos originários e fundamentais, principalmente os direitos sagrados à terra, territórios e bens naturais garantidos pela Constituição Federal de 1988”, diz trecho da carta, assinada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Apesar de pacífica, a manifestação foi acompanhada por dezenas de policiais militares, que fizeram um cordão de isolamento próximo ao espelho d’água em frente ao Congresso para impedir a passagem dos índios.
Ontem (2), representantes de 31 etnias indígenas reuniram-se com o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), e diversos deputados para apresentarem suas principais reivindicações ao Parlamento. Durante o encontro, que foi promovido pela Comissão de Legislação Participativa, os índios reclamaram das propostas em tramitação no Congresso, por considerá-las prejudiciais aos povos indígenas
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