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IMPARCIAL É A MÃE

Do blog de Ruth Bolognese:

No fundo, no fundo, minha Gente, nada é imparcial nesse mundo, diria um verso mal “ajambrado” para imitar Drumond. Imparcialidade na imprensa, então, só é viável em discurso de formatura de jornalismo (curso em extinção) e olha lá. Por isso, tem razão total o presidente Lula quando pede que jornais, revistas, TVs, rádios e jornalistas que operam dentro do território nacional para declararem, em alto e bom som, a opção preferencial nas eleições. Até agora, ao que se sabe, com exceção de uma revista com pinta de grã-fina, a “Carta Capital”, ninguém abriu a boca para escrever ou dizer “Serra”, “Dilma”, “Marina” ou “Plínio”.

E por que não o fazem? Porque na história desse País o muro, ou a declarada “imparcialidade” dessa aguerrida imprensa nacional, é uma atividade  diária e sagrada, que permite a sobrevivência em qualquer circunstância e, principalmente, em qualquer Governo. Ficar em cima do muro permite uma visão maior do que acontece lá embaixo, o que facilita, e muito, a decisão de pular para o lado vencedor. Mas essa não é, ainda, a pior parte da eterna habitação do muro: a “imparcialidade” da imprensa, tal qual o que se faz por baixo dos panos, abre as portas para o mais deslavado apoio a um grupo político ou determinado candidato, sem que a sociedade se dê conta disso.

Sob a “imparcialidade” é possível denunciar, denegrir, xingar, inventar, matar a pau o adversário e encobrir as segundas, terceiras ou quartas intenções com o véu da credibilidade. Bonita a frase, que leva à pior mentira, aquela com jeito, cara e forma de verdade. Os defensores da “imparcialidade” da nossa imprensa chamam a atenção para as condições do País, onde o Governo e suas verbas maravilhosas, diante de apoios declarados em adversários, poderia simplesmente distribuí-las  aos chamados veículos-de-comunicação-amigos, deixando os demais à mingua. E quem, que grupo econômico teria o par-a-par com o anúncio chapa-branca? Pobres moços, eles não sabem o que dizem. Desde sempre, é exatamente assim que acontece, com  o Governo de plantão dando as cartas e a ideologia. (Leia mais)

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