A operação foi conduzida por profissionais da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do próprio Hospital Municipal, em colaboração com a equipe do Hospital do Câncer de Cascavel – UOPECCAN, responsável pela captação de rins e fígado, e o Hospital Santa Casa de Curitiba, que realizou a captação do coração batendo.
A psicóloga Carla Fabíola Carvalho, integrante da equipe da CIHDOTT, enfatizou que essa conquista não apenas evidencia a eficiência da equipe da comissão, mas também destaca as habilidades clínicas e técnicas da equipe multiprofissional da instituição.
De acordo com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Cascavel, esta foi a terceira captação de coração batendo na macrorregião que engloba as cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Pato Branco e Francisco Beltrão.
Um gesto que salva vidas
A cirurgia de transplante de coração é uma última alternativa de tratamento para problemas cardíacos graves. Embora a medicina tenha evoluído e ofereça uma excelente qualidade de vida após o procedimento, a escassez de doadores de órgãos ainda é um desafio no país.
Após a retirada do coração do doador, um cronômetro é ativado: o órgão precisa ser transplantado em até 4 horas para manter suas atividades vitais. Este é o tempo máximo durante o qual o órgão pode permanecer fora do corpo humano.
O gesto nobre da família do jovem Leandro Cesar Delavi, de 32 anos, possibilitou esta captação de órgãos. Após um acidente de trânsito que resultou em traumatismo cranioencefálico grave, o paciente recebeu todos os cuidados necessários, mas infelizmente não resistiu. Sua família autorizou a doação dos órgãos após a confirmação da morte encefálica.
“Em nome de toda a equipe do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, gostaria de expressar nossa profunda gratidão à família do querido Leandro. Sabemos que este é um momento extremamente difícil e estamos imensamente tocados pelo gesto nobre e generoso de autorizar a captação de órgãos”, disse a secretária da CIHDOTT, a enfermeira Elane Dornelles Ricarte.
A decisão da família em compartilhar o dom da vida em meio à própria dor é verdadeiramente inspiradora. Graças ao amor e à generosidade, várias outras vidas serão tocadas e transformadas de maneira indescritível.
O legado de amor e solidariedade ecoará eternamente nos corredores deste hospital e nas memórias daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
A secretária da CIHDOTT ressaltou também a importância do processo de acolhimento familiar e do auxílio no processo de realização do luto e da morte, enfatizando que o papel da Comissão não é apenas oferecer a possibilidade de doação, mas também acolher e humanizar esse processo.
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