O Complexo Hospital de Clínicas em Curitiba divulgou na última semana que planeja a criação de um centro multidisciplinar para tratamento e reabilitação de pacientes com sequelas da covid-19. A notícia veio de encontro à declaração da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) sobre o cenário crítico enfrentado pela saúde pública no Brasil devido à pandemia que ainda deve durar pelo menos mais uma década.
“Na chegada da pandemia, vimos os serviços de saúde de organizarem com rapidez para dar conta da nova demanda e sabemos que esse desafio está apenas começando e ainda demandará outras várias adaptações. O Hospital de Clínicas está de parabéns por ter dado este primeiro passo inédito para resolver esse novo gargalo que deverá inevitavelmente ser absorvido pelo Sistema Único de Saúde”, disse o deputado estadual Michele Caputo.
Os problemas, segundo a diretora-presidente da Amib, Suzana Lobo, girarão em torno da pressão nos serviços de urgência e emergência em outras ondas da doença que ainda virão, da desassistência provocada pela restrição de acesso a pacientes que não foram ao hospital porque tinham medo de se contaminar, das doenças psicossomáticas, das condições crônicas agudizadas e das sequelas e agravamento de comorbidades dos sobreviventes da covid.
Segundo a superintendente do hospital, Claudete Reggiani, já é possível notar que aqueles recuperados que ficaram com sequelas necessitam ser acompanhados por uma equipe multiprofissional capacitada, buscando diminuir os impactos em sua vida e na própria sociedade.
O deputado Michele Caputo, atento ao tema, afirmou que levará o assunto para debate com a Frente Parlamentar sobre o Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná. “Como coordenador da Frente, acho que o tema dos impactos das sequelas da covid-19 deve ser discutido e a ação do HC-UFPR deve ser exaltada, por isso me comprometo a levar o assunto para debater com os demais parlamentares”, declarou.
FUNCIONAMENTO – Hoje o HC-UFPR já atende, em ambulatórios, pacientes com esses quadros. Entretanto, o número e a gravidade das consequências pós-covid exigem uma abordagem ampliada e multidisciplinar para completar a linha de atenção aos pacientes. Sob essa perspectiva, a criação de um centro multiprofissional poderá atender o paciente de maneira integral e holística.
Ainda de acordo com Reggiani, o Centro Avançado de Atenção Multiprofissional abarcará as dimensões da assistência, do ensino e da pesquisa. As atividades terão como base três pilares: atendimento às sequelas causadas pela covid; sequelas decorrentes do próprio tratamento, como perda de massa muscular, úlceras de pressão, disfagia e disfonia; e sequelas emocionais.
(Com informações da Universidade Federal do Paraná e BBC News Brasil)
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