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Horta urbana de Curitiba ganha revitalização, com Jardins de Mel e compostagem

Não foi necessário muito tempo para colher uma variedade de produtos de dar inveja a qualquer feirante. Em dez minutos, a aposentada Neusa Rita Ferreira Cruz, a Baiana, de 70 anos, colheu rabanete, repolho, couve-flor, alface crespa, alface lisa, chicória, salsinha, acelga na Horta Comunitária Augusta B, na CIC.

Vistosos e sem agrotóxico, os alimentos foram reunidos em uma cesta de presente ao prefeito de Curitiba em exercício, Marcelo Fachinello, na cerimônia de entrega da revitalização da horta, na manhã desta terça-feira (5/9). A horta beneficia, diretamente, 250 pessoas das famílias dos 53 produtores urbanos que cultivam no local.

Inaugurado em agosto de 2020, o espaço de 6,9 mil m² de plantio, que hoje ocupa a área antes tomada pelo lixo, ganhou novas contenções dos canteiros, intervenções que impedem que as águas pluviais causem a erosão, novos equipamentos para compostagem e um Jardim de Mel, com abelhas nativas para ampliar a polinização na área.

Com a Horta Urbana Augusta B, Curitiba tem 147 horas comunitárias, resultado de uma política pública permanente.

“É um legado da atual gestão do prefeito Rafael Greca que tem impacto direto na vida das pessoas. Esta horta conecta 53 famílias que consomem esse alimento e que podem trocar, doar e até comercializar o excedente, com economia nas compras e assegurando uma renda extra”, destacou Fachinello.

A revitalização teve apoio da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab), no espaço que foi cedido e cercado pela Copel, sob linhões de energia, em uma área que não pode receber edificações e moradores.

Secretaria Municipal da Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) de Curitiba oferece suporte técnico e insumos para a manutenção dos canteiros, em parceria com a Associação de Amigos e Moradores do Augusta B e Associação Martas e Marias.

Moradora há 30 anos da região, Baiana ajudou na construção da nova contenção dos canteiros, que também receberam terra nova e adubagem.

“Foi uma trabalheira e levou um tempinho até brotar tudo de novo. Valeu a pena, porque está crescendo tudo muito lindo. Adoro esse lugar, passo o dia aqui plantando, colhendo”, contou Baiana.

Além da horta da CIC, estão recebendo revitalizaçãos as hortas comunitárias urbanas Butiatuvinha, em Santa Felicidade; e Paraná II, Paraná III (1ª e 2ª etapa), Paraná IV e Santa Rita I, no Tatuquara.

Compostagem e Jardins de Mel

Com a revitalização, a Horta Urbana Augusta B ganhou um espaço para o gerenciamento de resíduos. Agora, os produtores podem fazem a compostagem no local, utilizando resíduos gerados na horta. Para tanto, receberam quatro incorporadoras de material orgânico e uma trituradora, para galhos e materiais de poda.

“Com esses equipamentos, a matéria orgânica será reaproveitada como adubo, esse tesouro que antes era considerado lixo. Assim, tornamos o processo da horta totalmente sustentável, sem precisar trazer adubo de fora”, explicou o secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutrição, Luiz Gusi.

“Esse é o poder da horta urbana: ajuda cada vez mais a comunidade, que exerce a cidadania através de um ato muito simples, de plantar e colher, o que também gera o empoderamento para os desafios maiores”, acrescentou.

Para realizarem a compostagem, os hortelões receberam capacitação na Fazenda Urbana do Cajuru feita pela startup Compostroca. A horta também recebeu uma caixa de abelhas nativas do programa Jardins de Mel, para ampliar a polinização das plantas.

Amizade, alimentos e renda extra

A produtora urbana Baiana vai todo dia trabalhar na horta, acompanhada de mais duas amigas, as aposentadas Irene Rosa de Souza, 69 anos, e Maria Inês Gomes da Silva dos Santos, 65 anos.

Maria Inês está acompanhando de perto seu novo canteiro de couves, que, com 45 dias de plantio, já ultrapassaram 50 cm de altura.

“Essa horta chegou durante a pandemia e virou meu refúgio. Sou viúva de agricultor e sempre gostei de mexer na terra”, disse a hortelã Maria Inês.

Para Irene, o canteiro repleto de beterrabas tem destino certo: parte vai para casa e para os vizinhos; o excedente, para o projeto-piloto da Copel Compra Solidária. A cada 15 dias, representantes da empresa buscam entre 40 e 45 sacolas de vegetais e legumes da horta, vendidos a funcionários.

“Antes da horta, eu estava me sentindo doente, acho até que estava depressiva. Comprava pouca verdura no mercado. Agora, não falta e até faço um dinheirinho a mais. Venho aqui com minhas amigas, plantamos, cantamos, damos risada”, contou Irene.

Presenças

Também participaram da entrega da revitalização da Horta Urbana Augusta B, na CIC, o secretário estadual da Justiça e Cidadania, Santin Roveda; a chefe do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional na Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcia Stolarski; o administrador regional da CIC, Raphael Keiji; o coordenador do programa Cultiva Energia da Copel, Rafael Garcia Carmona; a coordenadora da Horta Comunitária Augusta B, Maria Aparecida da Silva Ferreira, a Mara; o coordenador da horta, Josué do Nascimento; o presidente interino da Federação das Associações de Moradores do Paraná (Famopar), Luiz de Mauro; representantes da SMDSAN e da Administração Regional da CIC, hortelões e moradores.

Fonte: Prefeitura de Curitiba / Foto: José Fernando Ogura/SMCS.