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Hoje, a RPC chegou ao absurdo da sordidez, diz Fábio Campana

do Fábio Campana

Há, entre os civilizados, um limite para tudo, inclusive para o uso de armas, mesmo na guerra. Respeitar limites e direitos é uma das exigências para vivermos como civilizados. Aqui, no Paraná, todos os limites que separam a barbárie da civilização foram rompidos hoje. O noticiário da RPC, repetidora da Rede Globo de propriedade e dirigida por Guilherme Cunha Pereira e Ana Amélia Cunha Pereira Filizola, apresentou uma denúncia anônima, que teria sido filtrada no Ministério Público, para fazer uma acusação gravíssima contra Dona Fernanda Richa. Pasmem. Sem provas, sem nada mais que uma denúncia anônima, os Cunha Pereira apontam o dedo contra Dona Fernanda Richa e a acusam de exigir dinheiro em troca de apoio na promoção de fiscais da Fazenda Pública. O Paraná mudou e para pior. Nessa escalada que beira a insanidade onde vamos parar?

Não acredito que qualquer pessoa normal, sem paixões políticas ou interesses contrariados, possa acreditar nessa aleivosia. Calúnia, difamação, maledicência. Pior. Para dar alguma aura de credibilidade ou origem, se apoia em denúncia anonima que teria sido filtrada do Ministério Público. Isto é de uma sordidez tão grande que exige repensarmos a situação que vivemos.

Seriamos todos nós reféns de um monopólio de comunicação que decide atacar seus inimigos ou os inimigos de quem serve no momento? É licíto que use o nome da instituição Ministério Público e o use para levar pessoas à execração pública, antes de qualquer prova ou sentença? Senti engulhos. Nojo.

Isto é imprensa livre ou prática fascista? Quem leu Hanna Arendt não tem dúvida. O fascismo que habita personalidades frágeis, amparadas em sua perversão pelo poder ou pela seita onde se esconde, ou pelos que veem em tudo apenas uma boa oportunidade de negócios, são capazes de atos inomináveis. Passamos a ser testemunhas de sordidez tão absurda. E devemos calar para que a máquina de comunicação que se aproveita dos índices de audiência da Globo não transforme cada um de nós em nova vítima?

E o Judiciário? A Justiça? Vê esse processo com a distância regulamentar e permite que até mesmo processos que correm em segredo de Justiça para preservar direitos sejam usados para enxovalhar pessoas?

Até quando, vocês, irmãos Cunha Pereira, vão manter essa ignomínia sob o ar de juizes da moral alheia? Até quando?