Em meio a inauguração do Museu do Holocausto em Curitiba, um livro vem colocar mais dúvida no destino do lider nazista Adolf Hitler. Para Simon Dunstan e Gerrard Williams, autores de “The Grey Wolf – The Escape of Adolf Hitler” (O Lobo Cinza – A Fuga de Adolf Hitler), o Fuher se refugiou na Patagônia argentina, após o fim da Segunda Guerra, ao invés de ter se suicidado no “bunker” de Berlim
Os britânicos Williams e Dunstan sustentam que Hitler escapou do “bunker” três dias antes de seu suposto suicídio. Então, voou para a Dinamarca e para a Espanha, e foi embarcado, com ajuda do general Franco, num submarino com destino à Argentina.
Hitler teria se instalado em mais de uma residência na Patagônia, com Eva e duas filhas. Viveria mais 17 anos, e teria morrido no dia 13 de fevereiro de 1962, aos 72. A fuga teria sido articulada por Martin Bormann, da cúpula do poder nazista, que também teria escapado para a América do Sul. Leia o restante da matéria de Sylvia Colombo, da FSP.
A negociação, sustentam os pesquisadores, contou com a anuência dos EUA, que deixaram os nazistas fugirem em troca de informações sobre tecnologia de guerra. Bormann teria manejado também a fortuna que foi entregue a governos latino-americanos para que abrigassem os nazistas.
A dupla parte do princípio de que não há provas conclusivas de que Hitler morreu no “bunker”. Em 2009, descobriu-se, por meio de um exame de DNA, que o famoso pedaço de crânio com uma marca de bala em poder dos russos, na verdade, pertenceu a uma mulher, e não a Hitler.
Williams e Dunstan reuniram ainda depoimentos de pessoas que dizem ter visto o Führer ou trabalhado para ele na Patagônia.
Foi comum a acolhida da Argentina, assim como a do Brasil e do Paraguai, a nazistas que deixaram a Alemanha depois da derrota na Segunda Guerra. Josef Mengele, Adolf Eichmann, Klaus Barbie e Erich Priebke são alguns dos que se refugiaram na América do Sul. Em “A Verdadeira Odessa” (Record), o historiador Uki Goñi conta como Juan Domingo Perón facilitou a vinda dos criminosos.
Goñi, porém, não crê na fuga de Hitler. “Há evidências de que morreu no ‘bunker’. Os depoimentos sobre sua presença na Argentina são parte de uma lenda local, mas faltam
provas”, disse.
Williams e Dunstan têm a seu favor o testemunho do líder soviético Josef Stálin (1878-1953), que dizia após a guerra não acreditar na morte de Hitler. Também o então presidente norte-americano Eisenhower (1890-1969) apontou a falta de provas de seu suicídio.
EXÍLIO
A teoria da fuga do Führer não é nova. Os autores britânicos mesmo apoiaram parte de sua pesquisa no trabalho do historiador argentino Abel Basti, o maior defensor da hipótese do exílio de Hitler e autor de livros sobre o assunto, como “El Exílio de Hitler” (ed. Sudamericana).
Basti e Williams trabalharam juntos, mas se desentenderam. “Eles usaram material meu”, diz Basti, que ameaça processar os britânicos. Williams defende-se dizendo que nem toda informação de Basti era confiável, e por isso rompeu com ele. Manteve, porém, o nome do argentino nos créditos.
Agora, Basti investiga as viagens de Hitler por aqui. “Havia conexão entre os nazistas que estavam na Argentina com os que estavam no Paraguai e no Brasil.”
Mas Hitler teria estado no Brasil? Basti faz cara de mistério e responde, sorrindo: “Você já ouviu falar na praia do Cassino, no Rio Grande do Sul? Então, espere eu avançar um pouco mais.”
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