do Fabio Campana
Pode-se dizer que hoje, 25 de janeiro, começou a guerra pelo poder no Paraná neste ano eleitoral. Beto Richa, favorito absoluto à reeleição, sofreu ataque através de matéria publicada em revista conhecida pelos serviços que presta em esquemas de contra-propaganda. A Isto É divulgou um suposto esquema de corrupção urdido para que a empresária Ana Cristina Aquino (foto) viesse abrir filial de sua empresa no Paraná. Ela fala em pagamento de propina para obter vantagens junto à montadora Renault e procura atingir Pepe Richa, irmão do governador do Estado.
A notícia se desmoraliza por suas próprias contradições. A empresária Ana Cristina Aquino não tem credibilidade. Tem três CPFs e fatura onde pode e com quem pode. Da maneira que pode. Ela fala em favores do governo para que a Renault a tomasse como fornecedora. O governo não tem ingerência na Renault. Diz que a intermediação desses esquema foi feito pelo advogado João Graça. Ora, João Graça é homem do PDT, da mais absoluta confiança de Osmar Dias, o adversário de Beto Richa na última eleição. Ela diz que deu propina, depois se desdiz ao afirmar que nunca entregou nenhuma propina pessoalmente, isso teria sido feito por terceira pessoa chamada Susana Leite.
Para finalizar, admite que o benefício que teria comprado com propina jamais se realizou.
Sobram perguntas à respeito da matéria da IstoÉ com a empresária Ana Cristina Aquino. Primeiro, não há nada de novo em relação ao que já foi publicado em outubro passado pela revista. O foco da investigação é a denúncia de que a empresária faz parte de esquema de desvio de R$ 500 milhões do Ministério do Trabalho – dinheirama usada para interesses de integrantes do governo federal. Já as ligações de Ana são mais fortes com o PDT e com o PT do Paraná e se dão através do advogado João Graça.
O advogado, sócio de empresa da Ana em Curitiba, é homem de confiança do ex-senador Osmar Dias (PDT), atual vice-presidente do Banco do Brasil, e disputou pelo PDT a indicação de suplente na chapa de Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado. Graça, que já foi delegado do Ministério do Trabalho no Paraná, sempre foi o financeiro das campanhas de Osmar, inclusive da última em 2010, a qual teve Gleisi como companheira de chapa.
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