do Metro
Na última semana, policiais do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) resolveram mais um caso de sequestro. desta vez em Guaratuba, litoral do Paraná. Um rapaz de 18 anos, filho de um empresário, havia sido sequestrado em Irati, centro-sul do Estado, no dia 14. Ele foi levado para Guaratuba pelos bandidos onde permaneceu em cativeiro amarrado e com uma corrente no pescoço. Na terça-feira (17) de madrugada, 90 horas depois do crime, o Tigre invadiu a residência no litoral e conseguiu resgatar a vítima. Ao todo, três suspeitos foram detidos.
O sequestro foi apenas uma das dezenas de ocorrências registradas nos últimos anos no Paraná. E todos os casos que tiveram intervenção do grupo acabaram resolvidos sem o pagamento de resgate, com a integridade física das vítimas garantida. Para o delegado-geral da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, que esteve à frente do Tigre por 15 anos, foram a especialização e dedicação da unidade que tornaram o Tigre uma referência. “É um grupo de táticas e armas diferenciadas. O treinamento é constante e exaustivo”, lembrou.
Segundo o delegado, em 15 anos de trabalho, foram cerca de 50 casos atendidos e resolvidos, sem nunca ter havido a necessidade de pagamento do resgate.“O grupo Tigre já recebeu treinamento de forças armadas norte-americanas e do S.A.S. [tropa de elite britânica]. Foi o primeiro grupo no Brasil a utilizar um método de explosivos no muro, com água, para adentrar uma residência, quando não havia outra possibilidade. Foi uma das táticas aprendidas nos treinamentos especiais”,
conta.
O delegado atual, Sivanei de Almeida Gomes, reforça o coro: “Nos últimos cinco anos, foram 23 casos no Estado, sendo 12 em Curitiba. Como sempre, o grupo conseguiu resolver. Foram ocorrências em Curitiba, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Toledo, Santa Terezinha do Itaipu e agora, Irati.”
Operações
Entre as principais operações comandadas pelo delegado Farhat, uma que durou dois meses está entre as que mais marcaram. “Foi em 2005. Uma filha de um empresário foi sequestrada em Curitiba e levada para São Paulo. Investigamos o caso durante dois meses e conseguimos estourar o cativeiro, onde ela foi resgatada. Descobrimos que o sequestrador – que não estava lá – era Alexandre Ferreira Viana, o ‘Gordo’: um dos maiores sequestradores do Brasil.
Gratidão
Para a funcionária pública Claudia Wasilewski, a atuação do grupo teve papel fundamental em sua vida. “Se hoje eu tenho uma família inteira, é por causa do Tigre. Enfrentei dois casos de sequestro na família, em 2000 e 2004. Não gosto de falar sobre isso, mas o sentimento de gratidão por eles é enorme”, afirma