Os comerciantes do Litoral paranaense lançaram esta semana um manifesto pedindo a compreensão dos professores em greve e o retorno das aulas. A paralisação dos educadores da rede estadual de ensino, que já dura 46 dias letivos se incluída a primeira greve, pode diminuir em até 40% a renda do comércio na região, que é fortemente ligada ao turismo.
A previsão é da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares, Casas Noturnas, Prestadores de Serviços e Similares do Litoral Paranaense (Assindilitoral). A principal preocupação dos comerciantes litorâneos é com a reposição das aulas. De acordo com o presidente da Associação, Carlos Dalberto Freire, se a greve for mantida e os alunos tiverem que repor as aulas no período das férias, essa pode ser a pior temporada da história para o comércio do Litoral. “A nossa economia será muito prejudicada se a greve continuar. Se esse cenário permanecer, sem dúvida, corremos o risco sério de termos a pior temporada da história para o comércio da região”, disse.
Durante a alta temporada o Litoral paranaense recebe mais de três milhões de turistas, segundo a associação. O movimento garante renda e desenvolvimento para a região também durante a baixa temporada. “Nossa economia depende do turismo. Todo o nosso comércio gira em todo da atividade turística”, lembrou Freire.
De acordo com Freire, mais de mil estabelecimentos comerciais serão afetados com o baixo número de turistas. Ele alerta para o risco de demissões caso a greve dos educadores continue. “São mais de 10 mil trabalhadores que atuam diretamente com o turismo. Se os turistas não descerem ao Litoral, muitos correm o risco de perder o emprego e alguns comerciantes fecharem as portas”, alertou.
CALENDÁRIO – A definição das reposições depende do fim da greve. O calendário escolar será elaborado e homologado pelos Núcleos Regionais de Educação (NREs), de acordo com a demanda de cada regional, uma vez que parte das escolas continuou funcionando normal ou parcialmente.
AVANÇOS DA CATEGORIA – Nos últimos anos o magistério paranaense teve avanços históricos, como a ampliação da hora-atividade em 75%. Para cada 20 horas semanais trabalhadas, os profissionais têm direito a outras sete exclusivas para planejamento das aulas, atendimento aos familiares, pesquisa e outras atividades.
Outra importante conquista da categoria foi o avanço salarial. Nos últimos quatro anos foram 60% de elevação salarial acumulada. No Paraná, a média salarial do professor da rede estadual é de R$ 4,7 mil, superior a outros estados, incluindo São Paulo, que é a maior economia do País.
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