da Banda B
A greve de ônibus em Curitiba e região chegou ao fim na manhã deste sábado (1º). Motoristas e cobradores aceitaram a proposta feita em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na noite de ontem. A decisão aconteceu por volta das 11h20, na Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, e a assembleia reuniu cerca de 300 trabalhadores. A proposta que a categoria aceitou foi um reajuste de 5,26% no INPC mais 3,82%, totalizando 9,28% de aumento real; abono de R$ 300 e reajuste de 10,5% no valor da cesta básica.
O reajuste será retroativo a data-base da categoria: 1º de fevereiro. A proposta do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), anunciada pela desembargadora Ana Carolina Zaina, teve o aval do governo municipal e do sindicato patronal. A proposta foi aprovada pela maioria dos trabalhadores na assembleia. Eles têm até as 15 horas de hoje, quando o prazo termina, para avisar a Justiça que aceitam a proposta.
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e região metropolitana (Sindimoc) em entrevista à Banda B disse que o reajuste foi abaixo da expectativa. “Nesse momento nós aceitamos, mas sabemos que foi baixo. O pedido da categoria é de aumento de R$ 100 na alimentação. Conseguimos R$ 33. A partir de agora vamos continuar na luta para conseguir atingir esse percentual. Foram três meses de negociação e não tivemos nenhuma proposta dessa maneira. Agora que tivemos algo, ainda abaixo, mas satisfatório, a categoria aceitou”, disse.
Caso a categoria não aceitassem, o julgamento do dissídio seguiria para o colegiado de desembargadores.
Impactos
A paralisação das atividades dos motoristas e cobradores começou a zero hora de quarta-feira (26). O primeiro dia contou com a adesão de todos os trabalhadores. Alguns passageiros desavisados se aglomeraram nos pontos de ônibus, mas depois de cerca 40 minutos a espera de um ônibus, eles tiveram de retornar. Sem ter como ir ao trabalho, muitos funcionários não cumpriram o expediente nos comércios. Com isso, muitas lojas e escritórios amanheceram fechados. A greve intensificou o trânsito em todos os pontos da cidade. Em horário de rush, os motoristas enfrentaram pontos de congestionamentos em avenidas e ruas que ligam os bairros ao centro.
Por determinação da Justiça, o segundo dia de greve teve 40% do efetivo, depois estendido para 50%, de ônibus rodando nas ruas, cumprindo a determinação: metade da frota nos horários de pico e 30% nos demais horários No entanto, manifestações e piquetes diminuíram ainda mais esse número de ônibus. Comércio e trânsito também foram afetados no segundo dia. Já nesta sexta-feira, efetivamente, metade da frota dos ônibus do transporte público de Curitiba estava nas ruas e minimizou o impacto da greve.
Todas as centrais de táxi congestionaram durante a greve. A frota de táxi em Curitiba é de cerca de 2,2 mil carros e a espera por um carro chegava a 50 minutos.
Negociações
Inicialmente, o Sindimoc pediu um reajuste salarial 16% para os motoristas e 22% para os cobradores. O setor patronal, no entanto, ofereceu um reajuste de 5,26%. Em uma reunião durante o processo de negociação, o Tribunal Regional do Trabalho propôs que os sindicatos patronal e dos trabalhadores discutissem um reajuste de 10,5%. Esse valor foi aceitado pelos motoristas e cobradores, mas negado pelas empresas. Outra negociação em juízo na tarde de sexta fez com a categoria e as empresas aceitassem um reajuste de 9,28%. Esse índice, com abono e aumento de cesta básica foi aceitado pelos motoristas e cobradores.
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