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Grandes obras de Mac Donald são vazias, afirma Budel

Grandes obras de Mac Donald são vazias, afirma Budel

“As grandes obras (da prefeitura municipal) estão todas vazias”. A declaração é do presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, Carlos Juliano Budel (PSDB), ao avaliar em entrevista exclusiva ao Boca Maldita, a gestão de seu ex-aliado, o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi – PDT. “Aliás, obras financiadas pelo governo federal e mesmo assim existem equívocos como, por exemplo, a construção do terceiro distrito industrial”, completou.

De acordo com Budel, Mac Donald deveria ter implementado a infra-estrutura existente dos dois primeiros distritos industriais de Foz do Iguaçu. “O Pilar Campestre deveria servir para expansão urbana”, informou. O presidente da Câmara, pré-candidato pelo PSDB à prefeitura de Foz do Iguaçu, falou ainda dos erros cometidos na licitação da duplicação da Rodovia das Cataratas (que dá acesso ao portão de entrada do Parque Nacional do Iguaçu), da maquiagem que envolvem os Centros de Convivência construídos pelo prefeito, entre outros temas.

Budel tem 54 anos, é formado Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e está no segundo mandato na presidência da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. O tucano iniciou sua carreira política como secretário de Obras na segunda gestão do ex-prefeito Dobrandino da Silva (PMDB), foi candidato à prefeito pelo partido em 1996, pelo PTB concorreu a vice-prefeito junto com o ex-deputado Sérgio Spada (PSDB) em 2000 e recentemente entrou para as fileiras do PSDB.

Leia a seguir a íntegra da entrevista com o presidente da Câmara de Foz.

Boca Maldita – Qual sua avaliação sobre o governo Lula (PT)?
Carlos Juliano Budel –
Concordo com a posição que tem o PSDB em relação ao Governo Federal e algumas  ações do governo Lula insiste em não ver. Embora o presidente tenha muitos acertos, tanto é que a aprovação dele é grande, na política econômica ele teve inteligência de dar continuidade a algo que já tinha sido implantado, mas houve problemas e algumas pessoas mancharam o governo.

Qual sua avaliação sobre o governo Roberto Requião (PMDB)?
Requião é o governador do estado e como tal precisamos ter com ele uma boa relação. A prefeitura teria que estar buscando um melhor relacionamento institucional com o governador. Essa relação ruim nos leva ser colocados de lado. É necessário um acerto em prol da cidade.

Qual sua avaliação sobre o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT)?
As grandes obras estão todas vazias, aliás, obras financiadas pelo governo federal e mesmo assim existem equívocos como, por exemplo, a construção do terceiro distrito industrial, deveria ter implementado a infra-estrutura existente. O Pilar Campestre deveria servir para expansão urbana.
Olha, no caso da duplicação da Rodovia das Cataratas, o lançamento já foi um erro e a última informação que tenho é que foi revertida a situação no TCU (Tribunal de Contas da União) e está sendo refeito o contrato que vai ser reativado com correções nos preços. Em 30 dias deve estar autorizada a retomada dos serviços.
Existem dois Centros de Convivência construídos com recursos federal, no Jardim São Paulo e em Três Lagoas, e o da Vila C, que está sendo construído com recursos da Itaipu. No Jardim São Paulo falta gente, tem estrutura física, mas nunca existiu um planejamento para o seu pleno funcionamento.

E sobre as denúncias de fraudes na Secretaria da Fazenda de Foz do Iguaçu?
Existe na Câmara a Comissão de Economia, Finanças e Orçamentos e toda documentação que recebi enviei para lá. Os seus relatórios estão sendo finalizados. Também existe um pedido de Comissão de Inquérito. Na minha opinião essa CI não pode ficar na fila, tem que entrar na agenda agora, 2008, 2005 e 2004 na seqüência, como foram acontecendo as denúncias, mas existe divergência entre os vereadores. Urgência só com 10 assinaturas. Isso tudo é muito grave é um desfalque nas finanças do município, seguramente, ultrapassa a soma de R$ 10 milhões. Vamos enviar os relatórios das comissões pertinentes a plenário e na seqüência ao Ministério Público.

Como o senhor analisa a licitação do transporte público de Foz do Iguaçu, enviada em cima da hora para a Câmara de Vereadores?
O contrato de 1996 está acabando agora, mas poderia ser renovado por mais um ano. O prefeito deveria se declarar impedido de discutir essa questão às vésperas de uma eleição. Existe uma previsão legal de se prorrogar o contrato. As empresas são estabelecidas em Foz do Iguaçu e a média na avaliação dos serviços pelo usuário é satisfatória. Deveríamos então prorrogar esse contrato por mais um ano e deixar para o próximo prefeito fazê-lo no inicio do seu mandato por mais 12 anos.
É claro que existem problemas e distorções no sistema público de transporte e o gestor, o Foztrans deveria atuar no sentido de revolvê-lo e não vem fazendo.

Para que serviu a reunião dos vereadores em 30 de maio?
A Procuradoria do município apresentou parecer contra a renovação. Os empresários de transporte, na reunião de sexta-feira passada (30 de maio), enviaram seus representantes jurídicos para apresentarem dados e subsídios e disseram que eles querem. Isso também vai a plenário e minha posição, como já disse, é de que não renove agora o contrato por um período superior a um ano, como prevê a lei.

Qual sua opinião sobre a PEC 333?
Eu defendo que Foz volte a ter 21 vereadores. O Senado define uma faixa e o plenário da Câmara define o numero exato, o máximo é vinte três. Nós teremos que nos adaptar as mudanças da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 333, por exemplo, conforme proposto teremos R$ 4,2 milhões para salários no próximo ano, com 23 vereadores o máximo que cada um receberia seria R$ 2.400,00. O Senado Federal precisa refletir bastante sobre todos esses aspectos.

Sobre a sucessão na prefeitura de Foz do Iguaçu. Qual sua avaliação sobre as articulações preparatórias para o pleito?
Sou pré-candidato a prefeito pelo PSDB, estamos hoje em sete partidos (PSDB, PSB, PTB, PSC, PR, PTN e PSL) e agora o PT que tem posição de candidatura própria.
Aqui em Foz quem começou a discutir a terceira via, lá atrás, foi o PT, PTB, PPS e o PL (hoje PR). Daí convidou o PSDB, deste caminho o PPS caiu fora, no PR o (Chico) Noroeste perdeu o controle e no PT, por alguns momentos pareceu que o (Dilto) Vitorassi seria derrotado, ficando assim o PT com o Paulo (Mac Donald) outra vez, mas o Vitorassi ganhou e não fará aliança com o prefeito, acho que a discussão é natural entre estes partidos.

Qual a marca da sua gestão frente à Câmara de Vereadores?
A gestão que modernizou, que valorizou e deixou bem caracterizada a necessidade de sermos um poder independente, não sofrendo pressão do Poder Executivo, mas com um detalhe, fizemos uma gestão madura, em tudo àquilo que o município precisou e precisa a CMFI deu um suporte, responsavelmente.
Eu paguei um preço político por isso, tive desgastes, mas mantive uma posição independente, segurei uma disputa política com o prefeito por praticamente dois anos. O prefeito não teve uma postura digna ele queria dizer o que eu deveria fazer aqui na Câmara, e eu não me submeto a ser uma vaquinha de presépio. Ele (o Paulo) tentou ingerir em como eu devia administrar os recursos da Câmara.
Estou convicto de que desempenhei bem o meu papel tanto que as minhas contas estão sendo aprovada pelo TC (Tribunal de Contas do Estado), modernizamos a Câmara, demos condições ao vereadores para que eles trabalhassem dentro de um mínimo possível, atendi todos de forma equânime, sendo eles de oposição ou de situação.

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