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Para metade dos brasileiros governo Temer é igual ao de Dilma

Pesquisa aponta que 27% da população confia no presidente interino (Reuters/Adriano Machado)

O governo do presidente interino Michel Temer foi avaliado como ótimo ou bom por 13 por cento da população e 44 por cento o consideram igual ao da presidente afastada Dilma Rousseff, mostrou pesquisa CNI/Ibope nesta sexta-feira. Em março, na pesquisa anterior do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, a avaliação positiva de 10 por cento de Dilma era bastante similar a de Temer, embora agora a opção pela nota regular tenha aumentado em relação a três meses atrás e diminuído a avaliação negativa.

“O que a gente percebe, é que claramente não houve um descolamento completo do governo do presidente Temer do governo da presidente Dilma, na visão da população”, explicou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. O governo Temer foi avaliado como regular por 36 por cento dos entrevistados, enquanto 39 por cento o veem como ruim ou péssimo. Em março, os números de Dilma eram, respectivamente, 19 e 69 por cento.

Na comparação direta entre os dois, além dos 44 por cento que os consideram iguais, 23 por cento acreditam o que o governo Temer está sendo melhor, enquanto 25 por cento acham que o de Dilma era melhor.

Para Fonseca, a percepção de continuidade dos governos pela população pode ter sido influenciada pelo fato de a gestão ter sido assumida por partidos e políticos que integraram o governo anterior. É o caso do próprio Temer (PMDB), que além de vice-presidente de Dilma, chegou a ser responsável pela coordenação e articulação política do governo durante alguns meses.

“É um fator que já se esperava, porque é um dos principais partidos que estavam na base do governo passado que está no governo, alguns ministros, até, participaram em ocasiões anteriores do governo passado, o que pode levar a essa impressão da população de que o governo está muito parecido.”

Muitos dos integrantes do governo Temer fizeram parte da administração Dilma, como o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, além de Romero Jucá (PMDB-RR), que foi líder do governo da petista no Congresso e agora chegou a ocupar o Ministério do Planejamento até deixar o cargo devido a denúncias, e Henrique Eduardo Alves, que pediu exoneração do comando do Ministério do Turismo pelo mesmo motivo.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello, da agência Reuters)