Foz do Iguaçu passará a ter quatro novos colégios cívico-militares a partir de 2021. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26), pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior. Ao todo, serão 215 colégios nessa modalidade em 117 municípios de todo o Estado.
Os colégios cívico-militares em Foz serão o Ipê Roxo, no Cidade Nova; Carmelita Dias, no Porto Belo; Costa e Silva, no Jardim América e Tarquínio Santos, na região central da cidade.
Com esses novas unidades, a cidade contará ao todo com cinco colégios nessa modalidade. O primeiro a aderir o modelo cívico-militar foi o Tancredo Neves, no Morumbi. Além disso, Foz conta com um colégio totalmente militar, o Bartolomeu Mitre, no centro da cidade. Apesar das duas modalidades terem a presença da Polícia Militar, existe diferença de gestão entre elas.
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APP-Sindicato é contra a medida
Representante dos educadores(as) da rede estadual, a APP-Sindicato/Foz reafirma que sempre foi contrária à militarização de escolas públicas, e que defende a educação plural, democrática e humanista. Para a entidade, a transferência de escolas a militares é parte de um projeto político e ideológico mantido no Paraná e no país.
O sindicato também registra que não haverá eleição nas instituições cívico-militares, o que retira o direito da comunidade escolar – educadores, estudantes, pais e mães – de escolher seus representantes. Para a entidade, haverá transferência de professores e demissões de agentes educacionais, já que serão convocados militares da reserva para atuarem como monitores.
“O governador Ratinho Junior está destruindo a escola democrática para impor a escola da censura, do silêncio, da mordaça e da farda”, expõe o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Esse processo retira recursos dos colégios estaduais para privilegiar espaços de difusão da disciplina e da ideologia de quartel”, completa.
De acordo com o educador, outro problema é a falta de debate. “Foi uma lei aprovada a toque de caixa, sem amplo debate. Agora, o governador anuncia as escolas que poderão ser militarizadas e quer que essas instituições façam referendo em dois dias, em plena pandemia, sem qualquer controle sanitário. Não há nenhum espaço de discussão sobre uma decisão tão séria, que interfere em comunidades e escolas, na vida de educadores e de estudantes”, frisa Diego.
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