da Folha
O governo federal não repassa há três meses benefícios para 5.691 atletas de alto rendimento contemplados pelo programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
Segundo o ministério, a interrupção na remuneração é inédita desde a criação da bolsa, em 2005, e deve-se à renegociação de contrato com a Caixa Econômica Federal, banco pelo qual os atletas recebem o dinheiro.
O ministério disse que o processo de renovação do acordo teve início em outubro e está prestes a ser concluído. Mas e-mails obtidos pela Folha na última semana mostram que a resolução não deve ser tão rápida.
Um atleta olímpico, que pediu anonimato por temer retaliação, questionou o setor de orientação técnica do programa e foi informado que ainda não há data exata para efetuação do pagamento.
A um outro esportista, que também pediu para não ser identificado, o governo disse que está “fazendo o possível para regularizar a situação”.
Já a mãe de um beneficiado relatou ter apelado ao site “Fale com a Presidenta [Dilma Rousseff]” em outubro, depois de estranhar o atraso, mas não obteve resposta.
O velejador Jorge Zarif, campeão mundial da classe Finn, admitiu que é um dos prejudicados, mas preferiu não comentar o atraso.
Sem patrocínio pessoal, ele se inscreveu no programa no ano passado, mas não recebeu o repasse neste semestre.
À Folha, o Ministério do Esporte disse que “o ministro Aldo Rebelo pediu providências para que o processo de renovação do contrato fosse acelerado, com pagamento retroativo das parcelas devidas aos atletas”.
O governo prometeu que, assim que o novo acerto com a Caixa for concluído, quitará tudo em parcela única.
O Bolsa Atleta contempla esportistas olímpicos, paraolímpicos, não olímpicos, pan-americanos e estudantis. Os valores pagos mensalmente vão de R$ 370 a R$ 3.100.
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