O governo brasileiro deve abrir caminho nesta terça para a extradição de três paraguaios acusados de integrar o grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP). Abrigados no Brasil nos últimos 15 anos, Anuncio Martí Méndez, Juan Francisco Arrom Suhurt e Víctor Antonio Colmán Ortega — acolhidos como perseguidos políticos pelo governo Lula — perderam o status de refugiados por ordem do Comitê Nacional de Refugiados. Nesta terça, a confirmação do fim da condição de refugiado dos três deve ser publicada no Diário Oficial da União. As informações são de Laryssa Borges na Veja.
O EPP é acusado de participar de uma série de sequestros no Paraguai, entre os quais o de Maria Edith de Debernardi, nora do ex-ministro da Fazenda Enzo Debernardi, em 2001. Na época das acusações, eles alegaram que foram sequestrados e torturados até confessarem participação nos crimes. Jair Bolsonaro havia prometido ao presidente paraguaio Mario Abdo Benítez expulsar os três terroristas do país.
Em decisão sigilosa na noite de 19 de junho, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou a prisão dos paraguaios para que aguardassem serem enviados ao país vizinho. Quando a polícia foi cumprir a ordem de prisão, no entanto, não havia nem sinal dos três. Seguindo os passos de Cesare Battisti, o mais famoso refugiado político abrigado recentemente pelo Brasil, eles haviam fugido. O mandado de prisão continua em aberto.
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