“Não há como não ficar inconformado, revoltado, diante do comportamento antirrepublicano deste governo que elegeu o balcão de negócios como o caminho para resolver os problemas do País”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, em pronunciamento no Plenário, ao falar sobre as negociações mantidas pelo governo Dilma com partidos aliados, como forma de impedir a derrubada de vetos presidenciais. O senador classificou de vergonhosa a troca de votos por cargos em ministérios e estatais, quando o momento de crise do País exige enxugamento e redução de estruturas do Estado.
“A presidente Dilma, num momento de fragilidade, de ausência de apoio e com o surgimento de dissidências no Congresso Nacional que colocam em dificuldades o seu governo, tenta rearranjar a sua base de apoio, oferecendo, como moeda de troca, ministérios e cargos. Quando se imagina que nós teremos a extinção de ministérios, a eliminação de alguns dos milhares de cargos públicos, o que se vê é a manutenção desse processo de loteamento do governo para obtenção de apoio no Congresso. É uma vergonha. Não há nenhum apreço à eficiência, não há nenhum respeito à população. Quando se imaginava que, diante da crise, do desgaste imenso, da impopularidade crescente, a presidente adotaria outro tipo de postura para governar o País, há uma enorme frustração, porque o que prevalece é o loteamento escancarado, desrespeitoso e que, sem dúvida, tem, como consequência, a consagração da incompetência administrativa de forma histórica no País”, afirmou o senador.
Alvaro Dias afirmou que ao verificar as providências que o governo do PT anunciou a pretexto de recuperar economicamente o País, não encontrou aquela que, para ele, seria a medida essencial: a reforma administrativa. “A crise se aprofunda de forma dramática para os brasileiros, mas entre as ações propostas pelo governo, não há a eliminação dos paralelismos existentes, que se tornaram necessários para atender o apetite fisiológico de uma imensa base de apoio no Congresso, que foi sendo arquitetada com métodos escusos e que teve como consequência trágica o mensalão e, na sequência, o petrolão”, disse.
Para o senador Alvaro Dias, o governo Dilma, ao prometer nova distribuição de cargos como forma de garantir apoio entre os parlamentares, consagra um modelo de gestão e um sistema de governança baseado na promiscuidade política.
“Este modelo adotado pelo governo do PT se transformou em usina dos grandes escândalos de corrupção na história do País. Esse sistema, inclusive, passou a se tornar suprapartidário, já que foi clonado em alguns estados e em muitos municípios brasileiros. O que se esperava não aconteceu até agora. E, quando se fala em reforma administrativa, o que se vê é a mudança nos ministérios, prevalecendo o sistema. Enfim, o que esperar de um governo como esse, que, em meio à tempestade da crise, leiloa cargos, loteia o governo em troca de votos, com a prevalência desse balcão de negócios repugnante, consagrando a tese de que é impossível governar sem promiscuidade. Ou seja, este governo confirma a rima: promiscuidade com governabilidade”, concluiu o senador Alvaro Dias.
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