Por Bruna Maestri Walter, na Gazeta do Povo:
Contenção de despesas num primeiro momento para depois botar o pé no acelerador e transformar o Paraná em um “canteiro de obras”. Era dessa forma que no ano passado o então candidato ao governo Beto Richa (PSDB) definia sua ação caso fosse eleito.
Os seis primeiros meses da gestão do tucano, concluídos ontem, mostram que essa cautela inicial não foi superada. “Ainda estamos no período de contenção, até porque a situação financeira que encontramos ao fim de dois meses de análise foi pior do que imaginávamos”, diz o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, irmão do governador.
A análise de algumas das principais propostas feitas por Beto Richa durante a campanha mostra que os projetos andam em ritmos distintos. O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (Crea-PR), Álvaro Cabrini Júnior, que encaminhou durante a campanha propostas aos candidatos, avalia que pouco foi feito pelo eleito.
“Sinceramente, o que eu não vi até o momento foi o tão falado choque de gestão que seria dado”, critica.
Na área de segurança pública, o presidente da Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares, Elizeu Furquim, diz ver as coisas com otimismo, mas reconhece que as ações não caminham na velocidade desejada. Já com relação à proposta de transferência dos presos que estão nas delegacias, o membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Dálio Zippin Filho afirma que ocorreram avanços nesses seis meses.
O vice-governador e secretário estadual de Educação, Flávio Arns, diz que quanto mais o tempo passar, mais a população vai ver mudanças. Segundo ele, é importante tanto racionalizar recursos quanto estar permanentemente com o pé no acelerador. “Diria que em seis meses de fato houve principalmente uma articulação muito grande entre as secretarias e isso vai redundar em efeitos bastante positivos.”
O secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, lembra ainda que o orçamento deste ano não foi elaborado pelo novo governo. “O drama do administrador no primeiro ano é executar o orçamento que não foi feito por ele.”
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