GOVERNADOR DETERMINA ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA ÀS COMUNIDADES INDÍGENAS
O governador Roberto Requião determinou nesta segunda-feira (16), na reunião Mãos Limpas, o atendimento emergencial na área de saúde e alimentação para a população indígena paranaense. Além disso, o governador deu início ao programa que vai construir este ano 333 casas em comunidades quilombolas nas regiões do Vale do Ribeira e Campos Gerais.
Requião qualificou como inaceitáveis os casos de desnutrição infantil entre descendentes indígenas no Estado. “Não é possível que crianças morram de fome no Paraná hoje. O problema dos índios é da Funai? Se a Funai não funciona o Estado tem o compromisso e a obrigação de suprir a sua ineficiência. O Estado vai assumir uma responsabilidade que administrativamente não é sua, mas é nossa do ponto de vista ético e moral”, afirmou.
O governador determinou que a Defesa Civil compre, em situação emergencial, alimentos para distribuir entre os indígenas. Além disso o secretário da Saúde, Gilberto Martin, fará na próxima semana visitas às comunidades, para providenciar atendimento médico.
Requião adiantou que as ações de Governo não se limitarão ao atendimento de emergência. “O Estado vai encarar esse problema e resolvê-lo, faremos uma verdadeira força tarefa para atender essas populações.” O secretário especial Luis Mussi apresentou durante a reunião um projeto para as comunidades quilombolas, e o secretário de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, ficará responsável pela coordenação ao atendimento aos indígenas.
QUILOMBOLAS – O Governo estadual planejou um programa para construção de casas, escolas, acesso viário, esgoto e energia elétrica nas comunidades quilombolas. Na sua primeira fase serão construídas 333 casas para 21 comunidades quilombolas no Vale do Ribeira e Campos Gerais.
Quilombolas dos municípios de Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul e Doutor Ulisses receberão 239 residências. Em Campo Largo e Castro serão mais 94 casas. Para isso serão investidos cerca de R$ 7 milhões através da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná). Segundo o secretário especial Luis Mussi, que coordena o projeto, o início das obras acontecerá em 60 dias.
Na segunda fase do programa, prevista para o ano que vem, o governo construirá mais 417 casas, totalizando 750. Além disso, o projeto contempla ações sociais, de saúde, assistência jurídica e acesso viário. Para isso o governo trabalhará em conjunto com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Ministério Público Estadual, Copel, e Sanepar.
INDÍGENAS – O secretário para Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, destacou que a saúde nas áreas é precária. “Temos crianças correndo risco de vida com desidratação, diarréia e infecção pulmonar. Vamos providenciar, em conjunto com a Secretária da Saúde, o atendimento urgente”, afirmou.
Nizan lembrou que as populações quilombolas e indígenas estão vivendo nas áreas mais pobres do Estado. Segundo ele, são 16 mil descendentes de índios e cerca de 7 mil de negros no Paraná. “Eles vivem apertados nas regiões mais pobres, porque é isso que foi delegado a eles historicamente. São brasileiros em comunidades indígenas aos quais o governo já construiu casas e agora receberão saúde e alimentação. Isso é transformá-los, contribuir para sua transformação em cidadãos brasileiros”, afirmou.
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