A senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o presidente do PT-PR, deputado Enio Verri, visitaram nesta semana a sede da Alcopar (Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná) em Maringá e, para variar, falaram mal da situação fiscal do Estado. Gleisi prometeu apoio ao setor e disse tudo vai mudar a partir de 2015, até a situação do etanol, abandonado pelo governo federal, depois da descoberta do pré-sal. Os produtores afirmaram á senadora que o setor gera 60 mil empregos, é responsável por 25% da matriz enérgica do Paraná, mas tem expansão impedida devido à competitividade da gasolina.
Os petistas foram bem recebidos em Maringá, mas os produtores lembram muito bem que no governo federal, Gleisi já teve oportunidade de apoiar o setor e não o fez, muito pelo contrário, jogou contra o setor sucroalcooleiro do Paraná. Em novembro de 2013, Gleisi era chefe da Casa Civil e articulou pessoalmente na Câmara dos Deputados a rejeição de emenda a MP 615 que ampliava a subvenção econômica aos produtores paranaenses de cana-de-açúcar prejudicados pela geada.
Para votação da MP, o Congresso Nacional formou uma comissão mista presidida pelo deputado João Arruda (PMDB-PR) e como relator, o senador Gim Argello (PTB-DF). A MP autorizou o pagamento de subvenção econômica aos produtores da safra 2011/2012 de cana-de-açúcar e de etanol da região Nordeste afetados pela seca que atingiu a região. E autorizou também financiamento para renovação e implantação de canaviais com equalização da taxa de juros.
Por emenda, Argello estendeu os benefícios aos produtores do Paraná, que sofreram prejuízos com geadas. A subvenção é de R$ 12 por tonelada de cana-de-açúcar – respeitado o limite de 10 mil toneladas. Estima-se que 18 mil produtores de cana-de-açúcar devem receber a subvenção, com um custo da ordem de R$ 122,2 milhões.
Ao saber da emenda, Gleisi entrou no circuito e na Câmara dos Deputados disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) a vetaria, causando-lhe prejuízo político no Paraná. Mesmo aprovada na comissão mista, o plenário cedeu a pressão de Gleisi e retirou a emenda paranaense da votação e a MP foi aprovada atendendo somente os produtores de cana-de-açúcar do Nordeste. Na época, antes da votação, Gleisi também se recusou a receber os representantes do produtores paranaenses na Casa Civil que defendiam a ampliação da subvenção.