Ao menos duas das seis empreiteiras citadas ontem no depoimento do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e pelo doleiro Alberto Youssef, financiaram a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT) em 2010. Derrotada na corrida pelo governo do Paraná deste ano, Gleisi recebeu em sua eleição para o Senado mais de R$ 2,6 milhões das empresas Camargo Corrêa e OAS.
Em depoimento ontem ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da operação Lava Jato, Costa e Youssef relataram que o objetivo dos desvios na Petrobras era financiar campanhas políticas do PT, PMDB e PP nas eleições de 2010.
Paulo Roberto Costa relatou que as diretorias comandadas pelos três partidos recolhiam propinas de 3% de todos os contratos. Além da Camargo Corrêa e OAS, Costa e Youssef citaram as empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Guitierrez e Mendes Junior;
No total, a campanha de Gleisi recebeu R$ 3,71 milhões de empreiteiras com contratos no governo federal e suspeitas de ilícitos. Na sua prestação de contas, a petista declarou R$ 7,97 milhões arrecadados. Gleisi recebeu, ainda, mais R$ 1,9 milhão do diretório nacional do PT. E como as doações das empreiteiras costumam representar 75% da arrecadação do PT, estima-se que Gleisi recebeu outros R$ 2,08 milhões de forma indireta das empreiteiras.