Arquivos

Categorias

Gleisi está na lista do petrolão, diz Folha de S. Paulo

Glesi está na lista do petrolão, diz Folha de S. Paulo

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) está na lista das 54 pessoas, envolvidas na Operação Lava-Jato, que serão investigadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), revelou nesta quarta-feira, 4, o jornal “Folha de S. Paulo”. Na lista entregue pela Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janot, estão ainda os deputados Nelson Meurer (PP-PR) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente do legislativo federal; e os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Edison Lobão (PMDB-AM), Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Investigação sobre dois governadores, um do PT e outro do PMDB, já estão no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O nome de Gleisi e de seu marido, o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), já haviam sido divulgados pelos jornais “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, além das revistas se circulação nacional. Gleisi e Bernardo foram citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como destinatários de R$ 1 milhão para a campanha da petista ao Senado em 2010. Segundo os delatores, Bernardo pediu o dinheiro entregue em quatro parcelas em um shopping de Curitiba. Os jornais apontaram ainda como prova uma anotação na agenda de Youssef com os dizeres “PB 0,1”, em referência ao ex-ministro. Tanto Gleisi quanto Bernardo negaram conhecer o doleiro ou ter recebido recursos do esquema.

Senado – Em 2010, Gleisi teve ainda a maior parte de sua campanha irrigada em R$ 3,7 milhões doados por empreiteiras envolvidas no Petrolão ou com obras contratadas pelo governo federal. Detalhando os valores, Gleisi recebeu das seguintes empreiteiras e seus diretores: Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC Engenharia (R$ 250 mil), CR Almeida (R$ 250 mil), Coesa Engenharia (R$ 220 mil), João Sanches Junqueira (R$ 170 mil), Antonio Sanches (R$ 170 mil), Paulo Francisco Tripoloni (R$ 170 mil), Cavalca Construções (R$ 100 mil), Construtora Central do Brasil (R$ 100 mil), Contax (R$ 100 mil), Alusa Engenharia (R$ 70 mil), Paranapanema (R$ 50 mil), Carlos Roberto Nunes Lobato (R$ 50 mil), José Maria Ribas Muller (R$ 50 mil), Cimento Itambé (R$ 50 mil), Brookfield Brasil (R$ 30 mil), Ecoplan Engenharia (R$ 25 mil), Arteleste Construções (R$ 25 mil), Fidens Engenharia (R$ 25 mil) e Enpa Engenharia (R$ 25 mil).

Nota-se que Gleisi recebeu R$ 510 mil de três diretores da construtora Sanches e Tripoloni, a empreiteira responsável pela construção do Contorno Norte, em Maringá – obra suspeita de superfaturamento e investigada pelo TCU – e que custou R$ 412 milhões. Gleisi e Bernardo foram acusados ainda de usar o jatinho da empreiteira na campanha de 2010. Na sua prestação de contas, a petista declarou R$ 7,97 milhões arrecadados. Gleisi recebeu, ainda, mais R$ 1,9 milhão do diretório nacional do PT. E como as doações das empreiteiras representaram 75% da arrecadação do PT, estima-se que Gleisi recebeu outros R$ 2,08 milhões de forma indireta das empreiteiras.

Governo – Em maior volume, as doações das empreiteiras envolvidas no Petrolão se repetiram na campanha de Gleisi em 2014. A petista recebeu mais 7,7 milhões: Triunfo (R$ 2 milhões), Sanches e Tripoloni (R$ 1,9 milhão), Queiroz Galvão (R$ 475 mil), Andrade Gutierrez (R$ 950 mil), UTC (R$ 950 mil) e Galvão Engenharia (R$ 420 mil). Gleisi recebeu mais R$ 150 mil do Banco Pactual, agora listado na Operação Lava-Jato. E mais R$ 200 mil da TV Técnica Viária Construções Ltda. Apesar dos gastos, Gleisi declarou R$ 21,6 milhões em doações na campanha de 2014, a petista perdeu feio e fez apenas 881.857 votos, 14,87% entre os seis candidatos na disputa.

Testemunha – O ex-ministro Paulo Bernardo enfrenta outro problema na Justiça Federal em Curitiba. A defesa do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa protocolou nesta terça-feira (3), uma petição para que o diretório do PT de São Paulo informe seu endereço. Bernardo foi arrolado como testemunha de defesa do executivo em um dos processos da Lava Jato. Porém, Bernardo não foi intimado porque a Justiça não o localizou.

Na petição, o advogado Alberto Toron afirma que “embora os esforços empreendidos, não foi possível localizar o endereço atual do Sr. Paulo Bernardo Silva”. De acordo com o advogado, informações que circulam nas redes sociais dão conta de que o ex-ministro estaria morando na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.

“Dessa forma, considerando que a testemunha é filiada ao Partidos dos Trabalhadores, requer-se que seja oficiado ao Diretório Estadual de São Paulo do Partido dos Trabalhadores (…) solicitando que informem seu atual endereço”, diz um trecho do documento protocolado pela defesa de Ricardo Pessoa.

O ex-ministro foi arrolado como testemunha de defesa de Ricardo Pessoa em janeiro deste ano, mas ainda não foi localizado para receber a intimação judicial. Ele foi procurado no endereço onde morava em Curitiba, mas os oficiais de Justiça não tiveram sucesso. O telefone que o ex-ministro utilizava também está desativado.