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Gleisi é ruim de voto, diz IstoÉ

Gleisi é ruim de voto, diz IstoÉ

Matéria desta semana da revista IstoÉ – Ministros ruins de voto, de Izabelle Torres – aponta que petista Gleisi Hoffmann, apesar da proximidade da presidente Dilma Rousseff (PT) e de ocupar a chefia da Casa Civil, o mais importante ministério de Dilma, continua patinando nos 10% das intenções de votos, em terceiro lugar nas pesquisas no Paraná. “Depois de utilizarem por anos os canais oficiais do governo para autopromoção, quatro ministros que deixaram os cargos para disputar o governo não demonstram vigor eleitoral”, diz a revista, citando Gleisi mais Alexandre Padilha (PT), Fernando Pimentel (PT) e Marcos Crivella (PRB). Leia a seguir a íntegra da matéria.

Ministros ruins de voto

Mesmo com o apoio descarado da máquina e da estrutura do governo federal, ex-ministros de Dilma encontram dificuldades em decolar nas campanhas aos governos estaduais

Izabelle Torres

A três semanas das eleições, as pesquisas de intenção de voto realizadas até agora abalam a crença de que a força da máquina e da estrutura dos ministérios é decisiva para construir e alavancar quaisquer candidatos. Não é bem assim. Os competidores que dispõem da caneta e das benesses oficiais largam em vantagem, não há dúvida. Mas isso não significa garantia de triunfo nas urnas. Depois de utilizarem por anos os canais oficiais do governo para autopromoção, quatro ministros que deixaram os cargos para disputar o governo não demonstram vigor eleitoral. Apenas um deles, Fernando Pimentel (PT), aparece bem colocado na disputa ao governo de Minas Gerais. Os outros – Marcelo Crivella, Alexandre Padilha e Gleisi Hoffmann – permanecem sem entusiasmar o eleitorado.

A proximidade com Dilma Rousseff e o cargo de ministra da Casa Civil, o mais importante dentre os ministérios, foram insuficientes para tornar competitiva a candidatura da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Paraná. A cúpula petista foi ao Estado em pelo menos 12 eventos no prazo de um ano e meio para inaugurar obras e mostrar a influência da então ministra. Gleisi conta ainda com o apoio do próprio marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que tirou férias para se dedicar à campanha da petista e também é responsável por grandes projetos, como o de popularizar a internet banda larga. Durante os atos de campanha, o casal governista tenta desvincular as obras públicas federais realizadas no Paraná da gestão do atual governador, Beto Richa (PSDB). Mesmo assim, Gleisi não tem conseguido sair da terceira posição. De acordo com integrantes da coordenação da sua campanha, a atual dificuldade da candidata é a reviravolta na campanha presidencial e a necessidade de Dilma de reconstruir suas estratégias na tentativa de conter o crescimento de Marina Silva (PSB). Restou um espaço pequeno para que Dilma e o ex-presidente Lula se dediquem à campanha dos aliados, até mesmo de quem foi braço direito da presidenta.

As recentes dificuldades do PT na campanha nacional, aliadas a mais uma demonstração de que a máquina ministerial é incapaz, por si só, de construir uma candidatura de sucesso, também servem de obstáculo para o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha na disputa pelo governo de São Paulo. Por quase três anos, Padilha teve nas mãos o comando do maior ministério da Esplanada, com orçamento anual em torno de R$ 100 bilhões. O poder financeiro da pasta e o apelo social do órgão que comandou pareciam a receita ideal para uma futura campanha bem-sucedida. A realidade eleitoral do PT em São Paulo, entretanto, se mostrou diferente das expectativas iniciais dos petistas, especialmente do ex-presidente Lula, que escolheu Padilha para tentar tirar dos tucanos o comando do maior e mais rico Estado brasileiro. Embora tenha aproveitado bem a gigante estrutura do ministério, aparecendo em 60% dos vídeos institucionais da pasta e com citações diárias no Twitter do órgão, Padilha não decolou. De acordo com as pesquisas, o típico exemplo de “poste” bancado por Lula amarga o terceiro lugar, atrás do tucano Geraldo Alckmin, candidato à reeleição, e de Paulo Skaf (PMDB). A julgar pelo cenário atual, inclusive, Alckmin liquidaria as eleições no primeiro turno.

Terceiro lugar é também a posição do ex-ministro da Pesca Marcelo Crivella (PRB), na disputa pelo governo fluminense. O ex-ministro mandou recursos e realizou projetos para as comunidades do Rio de Janeiro, mas hoje ele possui dificuldades reais de ampliar o eleitorado. Pesquisa Datafolha sobre a eleição para governador do Rio, divulgada na quarta-feira 10, mostra os candidatos Anthony Garotinho (PR) e Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tenta a reeleição, empatados com 25%. Marcelo Crivella (PRB) tem 19% e o petista Lindberg Farias tem 12%.

Até agora, o único caso bem-sucedido de candidato ex-ministro de Dilma encontra-se em Minas Gerais. Ex-titular do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT) surge no cenário político com chances de vitória na disputa pelo cargo de governador. O petista é amigo de Dilma Rousseff desde os tempos em que militavam contra a ditadura militar Durante os três anos em que ficou à frente da pasta, ele estreitou relações com os empresários e com partidos aliados. Desde o início da campanha, uma estratégia discreta de tentar se descolar da imagem da presidenta Dilma irritou tanto adversários como aliados. No PT, durante uma reunião da Executiva na semana passada, o presidente da legenda, Rui Falcão, disse que o candidato mineiro estaria disfarçando sua relação de proximidade com Dilma, retirando a presidenta dos panfletos espalhados pelas ruas de Minas. O mesmo discurso foi usado pelo adversário de Pimentel, Pimenta da Veiga (PSDB), que o acusa de se descolar da candidata do PT a fim de conquistar o coração dos mineiros. Eleito, Pimentel seria a exceção a confirmar a regra.