A senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT) vão depor esta semana na Polícia Federal, em Brasília, sobre o inquérito que a petista responde no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre doações ilegais de campanha, conforme apurou a Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 3.
Segundo o jornal, a PF começou a ouvir políticos e testemunhas dos inquéritos da Lava Jato que tramitam no STF. Advogados dos 35 políticos já foram procurados e esperam uma nova maratona de depoimentos na próxima semana.
Outros dois paranaenses também responderam processos no Supremo – os deputados federais Dilceu Sperafico (PP) e Nelson Mereur (PP) – e terão seus depoimentos tomados pela PF em Brasília.
A PF vai tomar os depoimentos de Rafael Angulo Lopes e Ernesto Kruger Rodrigues. Bernardo, marido da petista, Lopes (funcionário do doleiro Alberto Youssef) e Rodrigues são testemunhas no inquérito de Gleisi no STF.
Lopes já negociou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e nesta semana voltou à mídia em novo depoimento de Youssef que disse seu empregado (Lopes) entregou R$ 400 mil em propina na sede do PT em São Paulo.
Investigações – As doações para campanha de Gleisi em 2010 estão sendo investigadas pela Procuradoria Geral da República. Para a PGR, os repasses fazem parte das propinas repassadas pelas empresas envolvidas na Operação Lava-Jato.
Nesta campanha, Gleisi recebeu R$ 3,5 milhões de cinco empreiteiras envolvidas no escândalo: Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC Engenharia (R$ 250 mil), CR Almeida (R$ 250 mil) e Coesa Engenharia (R$ 220 mil). No trecho da petição da PGR ao STF, que trata da senadora, pede-se para que a “autoridade policial” pesquise doações de empreiteiras recebidas por ela e pela sigla (PT).
São mais R$ 2,7 milhões foram doados pelos diretórios estadual (R$ 881,3 mil) e nacional (R$ 1,9 milhão) do PT. Comumente, 75% das doações ao PT foram através de de empreiteiras. Fazendo as contas, Gleisi recebeu R$ 5,7 milhões das empreiteiras, o equivalente a 73% dos R$ 7,9 milhões arrecadados pela petista naquele ano.
Gleisi também é acusada por dois delatores – Youssef e Paulo Roberto Costa – de receber outro R$ 1 milhão para sua campanha em 2010. Esse dinheiro não consta na prestação de contas da petista na Justiça Federal.
O eventual crime praticado por Gleisi, segundo o Ministério Público Federal, é tipificado no artigo 137 do Código Penal e prevê pena de reclusão de dois a 12 anos e multa.
Conforme a petição do MPF, Gleisi faz parte do “núcleo político” da “organização criminosa complexa”.
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