A proposta federal para arrendamento de áreas do Porto de Paranaguá vai ser rediscutida por uma comissão composta por representantes do Governo do Paraná, do governo federal e do setor produtivo paranaense. A decisão de formar o grupo foi tomada nesta quinta-feira, 10, em Brasília, durante reunião com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o novo ministro dos Portos, Antônio Henrique Silveira.
Além do secretário da Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, participaram do encontro na capital federal o superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino, o secretário de Representação em Brasília, Amauri Escudero Martins, e dirigentes de entidades que formam o G7 – grupo que reúne as principais instituições de representação do setor produtivo do Estado.
No encontro foi demonstrado que a proposta federal é muito acanhada diante da demanda dos produtores do Paraná. “Houve entendimento de que é preciso mudar o projeto proposto para não atrasar os investimentos no porto e, por consequência, prejudicar a economia estadual e a brasileira”, disse o secretário.
Pepe Richa afirmou que a decisão de formar uma comissão é um avanço, mas que o grupo precisará correr contra o tempo, pois a audiência pública sobre os arrendamentos está marcada para o próximo dia 21. “Têm muitos pontos para discutir, mas vamos propor mudanças no plano federal”, disse o secretário.
A comissão terá o primeiro encontro na próxima terça-feira (15), em Brasília, com a presença de Dividino, um integrante da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e representantes do governo federal.
Zoneamento – O projeto proposto pela comunidade portuária do Paraná prevê dobrar, nos próximos 20 anos, a capacidade de Paranaguá. A proposta da União estabelece aumentos nos terminais que vão variar de 14% a 50%, no mesmo período, o que aumentaria o gargalo da exportação e importação.
“A proposta do Estado foi feita em parceria com o setor produtivo, que criou o Plano de Desenvolvimento do Zoneamento do Porto Organizado. Ao mudar, o governo federal não levou em conta investimentos que já estão em andamento, com o alcooduto da Alcopar ou o terminal que atende o setor cooperativista paranaense”, explica o secretário.
Na reunião, foi destacado pelos representantes que o projeto federal irá afetar diretamente os investimentos programados no Paraná. O secretário de Infraestrutura espera que a abertura para a discussão possibilite mudanças. “O governo federal abriu esta porta para o diálogo, mas é preciso que as alterações no modelo de arrendamento sejam aceitas e efetivadas”, disse.
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