Thaís, Eduarda e Anne Gabriele são as primeiras atletas na história dos Jogos Escolares do Paraná (JEPs), a disputar a categoria Síndrome de Down, na ginástica rítmica. A competição inédita é realizada nesta sexta-feira, em Guarapuava, na região central do estado. Neste ano, a disputa é demonstrativa e, por isso, as três vão receber premiação.
As ginastas estudam na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-PG), da cidade de Ponta Grossa. De acordo com o professor Jean Leonardo Machado, antes mesmo de pensar nos jogos, a ideia inicial era montar um grupo de dança dentro da escola.
– Percebi que as alunas com Síndrome de Down têm bastante flexibilidade e eu comecei a ver que tinha de levá-las para competir. Então, começamos a montar uma série de dança, revela.
A escola inscrita é a única a estar presente na competição. Para a diretora Maria Roseli Blum Gomes, a participação faz parte de um processo inclusivo.
– Tanto se fala hoje em inclusão das pessoas com deficiência e os jogos estão aí para que elas demonstrem o seu potencial e que convivam com as demais pessoas, afirma.
Treinamentos melhoram autoestima
Desde fevereiro, Thaís e Eduarda, de 13 anos, e Anne Gabriele, de 12, ensaiam as coreografias. De três a quatro horas por semana, cada uma recebe atenção especial. Não pelo fato de terem a Síndrome de Down, mas porque as apresentações são individuais e elas competem entre si.
Para o professor Jean, a única dificuldade encontrada foi para que elas decorassem a sequência da coreografia.
– Cada uma tem uma série diferente, mas elas se ajudam. Se uma delas estava acompanhando e via que a outra não conseguia fazer alguma pose, ela tentava ensinar, comenta.
Cada uma das ginastas terá de um minuto e quinze segundos a um minuto e meio de apresentação e vão utilizar a bola na coreografia. A competição começa às 14h de sexta e termina ao meio-dia de sábado (6), com o resultado e a premiação.
Meninas recebem apoio da família e são o orgulho dos pais
A mãe de Anne Gabriele, Diva Rodrigues Ferreira, não vai poder acompanhar a primeira apresentação da filha, mas conta que este é um momento importante na vida da atleta.
– Ela gosta muito. A Anne liga o rádio e começa a bater o pé, de tanto que ela gosta. O que a incentiva é a dança, revela.
A mãe de Thaís, Irene de Souza das Dores, também conta que a filha chega em casa querendo mostrar a coreografia que aprendeu e que a dança tem melhorado muito a autoestima da menina. Irene vai acompanhar Thaís durante a viagem e as duas estão ansiosas para a competição.
Para ela, pais com filhos especiais deveriam incentivar a participação em atividades esportivas.
– Sempre que tem alguma coisa, vou colocando. Gostaria muito que todas as mães tivessem a mesma ideia, pois ajuda o filho a ficar mais tranquilo e é muito bom para eles e para nós.
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