Às vésperas de ter seu futuro decidido e criticado reservadamente por assessores da presidente Dilma, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) disse à Folha de S. Paulo que sua disposição e desejo é de ficar no governo até o final, ajudando na eleição nos horários fora do expediente.
“Minha disposição é de seguir fazendo meu trabalho no governo, acho que posso ser mais útil daqui, mas essa decisão não é minha, é da presidenta. Ela pode avaliar que precisa de mim no comitê”, afirmou o ministro.
Amigo de Lula, de quem foi chefe de gabinete, Carvalho nunca teve relação muito próxima a Dilma. Ela não gostou de declarações recentes do ministro sobre as vaias dirigidas à petista na abertura da Copa –para Carvalho, elas não vieram só da “elite branca”.
A própria presidente manifestou seu descontentamento com a fala do ministro durante entrevista para a GloboNews. Na avaliação de amigos, ele está sendo pressionado a deixar o governo e sua fala, ao dizer que prefere ficar no Planalto, é uma mensagem à chefe.
Entre petistas ligados a Carvalho, a avaliação é que a equipe de Dilma prefere que ele deixe o governo e passe a integrar o comitê. Um deles chega a dizer que os dilmistas querem vê-lo fora do governo e que ele representaria um “incômodo” para uma equipe onde todos controlam o que dizem por medo da chefe, menos ele.
Carvalho diz que, na próxima semana, apresentará ao presidente do PT, Rui Falcão, coordenador do comitê, um plano de trabalho com dedicação à campanha à noite e nos finais de semana. O ministro acredita que sua situação será definida até a próxima semana.
O entorno de Dilma defende a ida dele para a campanha com o objetivo de negociar com os movimentos sociais e religiosos. Para justificar a defesa, coordenadores lembram do pepino que foi a discussão com movimentos religiosos sobre aborto, debate que quase custou a eleição de Dilma em 2010.
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