O general João Francisco Ferreira toma posse nesta quarta-feira, 7, como novo diretor-geral da Itaipu Binacional, em solenidade com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Ferreira substituirá o general Joaquim Silva e Luna, que ocupou o cargo por dois anos e um mês e agora vai assumir a presidência da Petrobras, no Rio de Janeiro, por indicação do próprio Bolsonaro.
O general Ferreira será o 13º diretor-geral brasileiro em 14 diretorias, já que Euclides Scalco assumiu o posto por duas vezes, entre 1995 e 2002. A transmissão de cargo será no Cineteatro Barrageiro, dentro de Itaipu. O local simboliza o espírito da usina erguida por milhares de operários brasileiros e paraguaios, que no jargão da área de engenharia são conhecidos como barrageiros. O nome de Ferreira foi anunciado pelo presidente Bolsonaro em 29 de fevereiro, quando indicou Silva e Luna para a Petrobras.
Prestígio
A vinda de Bolsonaro a Foz do Iguaçu, para a transmissão de cargo de Itaipu e para a inauguração das obras no aeroporto, boa parte delas financiadas pela binacional, é um sinal do prestígio do general Silva e Luna. Durante seu mandato, é a sexta visita de Bolsonaro a Foz do Iguaçu. É também a nona visita presidencial ao Paraná (o que demonstra também o prestígio do governador Ratinho Jr junto ao presidente).
Nenhum outro presidente apoiou tanto o Paraná como o atual. Graças a isso, foi possível viabilizar parcerias da Itaipu Binacional com o Governo do Estado, garantindo investimentos de R$ 2,5 bilhões em obras fundamentais para o desenvolvimento do Paraná.
Esses R$ 2,5 bilhões são resultado de uma reestruturação feita na gestão Silva e Luna, que reduziu os custos internos da usina, redirecionou verbas de convênios e obras sem aderência à missão da usina e estudou a melhor forma de investir o dinheiro economizado, optando por obras estruturantes, que geraram mais de 2,5 mil empregos diretos e indiretos. Não seria possível simplesmente reduzir o custo da tarifa de Itaipu, porque isso não dependeria apenas dele, mas também do governo paraguaio, que tem na usina a salvaguarda para obras que não conseguiria executar com recursos do orçamento próprio.
Veja quem é o novo diretor-geral brasileiro de Itaipu
O general-de-exército João Francisco Ferreira, nascido em 30 de novembro de 1949 na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, incorporou ao Exército no ano de 1966 na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, São Paulo.
É bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou como oficial de Infantaria no ano de 1972.
No início de sua carreira, serviu no 7º Batalhão de Infantaria Blindado, em sua terra natal, e no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro. O general Ferreira é paraquedista militar, mestre de salto paraquedista e possui o curso de salto livre paraquedista. Em 1978, formou- se em Educação Física na Escola de Educação Física do Exército, sediada no Rio de Janeiro.
Em 1981 cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Após o curso foi classificado no 63º Batalhão de Infantaria, na cidade de Florianópolis (SC). Em julho de 1983, foi designado para a Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai, onde serviu por dois anos como assessor de paraquedismo junto às Forças Armadas da República do Paraguai. De volta ao Brasil, serviu no 29º Batalhão de Infantaria Blindado, em Santa Maria.
Nos anos de 1988 e 1989, cursou a Escola de Comando e Estado- Maior do Exército, no Rio de Janeiro. Após o curso, voltou a Santa Maria, onde serviu como oficial de estado-maior da 6ª Brigada de Infantaria Blindada. Foi promovido ao posto de tenente-coronel no ano de 1990. Três anos depois, serviu como instrutor na Academia Militar das Agulhas Negras.
Em 1995, assumiu o Comando do 8º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Durante o comando, foi promovido a coronel. Em janeiro de 1998, foi nomeado oficial do Gabinete do ministro do Exército e, em junho de 1999, adido militar na Embaixada do Brasil no México.
Após seu retorno ao país, foi promovido a general-de-brigada em 2002 e designado comandante da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Pelotas, Rio Grande do Sul. No período de 2004 a 2005, comandou a Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro.
Foi promovido a general-de-divisão em 2006 e designado vice-chefe do Estado-Maior de Defesa do Ministério da Defesa. De abril de 2008 a janeiro de 2011, comandou a 6ª Região Militar, em Salvador, Bahia.
Ascendeu ao posto de general-de-exército em 2010, sendo nomeado comandante militar do Oeste, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Durante seu período de comando, trabalhou na implantação do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, área sob sua responsabilidade.
Em março de 2014, foi transferido para a reserva remunerada, por ter atingido o tempo máximo de 12 anos nos postos de general e permaneceu residindo na cidade de Campo Grande.
General Ferreira é casado com Tania Solange Ferreira. O casal tem quatro filhos: Luciana, Helena, Luis Felipe e Márcia.
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