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Gazeta do povo volta atacar educação pública do Paraná

"Será que V. Sa. e seus repórteres não podem pensar que estão denegrindo não apenas a instituição Escola Pública como também os professores e alunos que a compõem? Será que não é possível pensar que estão prestando um desserviço ao público? Não é possível entender que os pais dos estudantes das escolas públicas se sentirão mais inseguros com essa abordagem irresponsável dos fatos? Será que esses pais precisam passar por isso já que não se sabe realmente quem foi o culpado do ato abordado na matéria? Será que não se pensa nas conseqüências desse tratamento jornalístico na comunidade?"- trecho da carta em que Marcio Carvalho e Luiz Geremias, trabalhadores da Secretaria de Educação, questionam novo ataque da Gazeta do Povo contra a educação pública do Paraná. Leia a íntegra da carta em Reportagens 

Gazeta do Povo volta atacar educação pública do Paraná

Gazeta do Povo volta atacar educação pública do Paraná

Leia carta que Marcio Carvalho e Luiz Geremias, trabalhadores da Secretaria de Educação, que questionam mais uma vez os ataques da Gazeta do Povo à educação pública no Paraná. Desta vez, o jornal dos "filhos de Francisco" culpam um estudante de colocar fogo no carro de uma professora.

Curitiba, 18 de maio de 2007

Senhor Editor do Jornal Gazeta do Povo

Sobre a matéria do Jornal Gazeta do Povo intitulada “Aluno põe fogo em carro de professora”, publicada na página 4 da edição de 18 de maio de 2007, gostaríamos de fazer os seguintes apontamentos:

 O título da matéria induz o leitor ao erro, pois no corpo da mesma está a frase: “Um estudante é o principal suspeito.”

 O verbo suspeitar, segundo os dicionários, significa ter suspeita de, desconfiar, conjeturar, supor ou recear algo. Ser suspeito de algo é muito diferente de “ser culpado” por algo. O título da matéria responsabiliza diretamente alguém que, supostamente, seria um estudante, quando o corpo do texto informa algo diverso.

 Tememos não estar, aqui, tratando de uma simples troca de palavras, ou um erro de algum jornalista desavisado ou chefe de redação. Receamos estar tratando de um descompromisso com a verdade e a realidade.

Alguns fatores são relevantes para entender a provável motivação do “erro” na edição da matéria:

1. É bem conhecido o recurso dos veículos de comunicação ao sensacionalismo, expediente utilizado no afã de aumentar as vendas de exemplares. No entanto, é preciso também dizer que isso significa deturpar as informações com o intuito de causar uma falsa comoção na população ao invés de cumprir o papel de informar;

2. Se não se pode comprovar a responsabilidade do suposto culpado, um estudante, o fato do título acusá-lo deliberadamente é um ato de leviandade e irresponsabilidade, incompatível com a função informativa de um veículo de comunicação. 

3. É preciso chamar atenção, ainda, para o fato da instituição Escola Pública estar recebendo tratamento tão crítico desse veículo. Qualquer análise ou pesquisa nos mostrará que, nos últimos 4 anos, a percentagem de matérias negativas sobre a escola pública é muito superior àquelas que apresentam seus aspectos positivos ou os seus avanços. Parece estar havendo uma parcialidade no tratamento do Ensino Público no Paraná, provavelmente por motivos políticos que não deveriam interferir na produção da informação. Vejamos que projetos como o EDUCAÇÃO COM CIÊNCIA, o Festival de Arte da Rede Estudantil – FERA, os Jogos Colegiais, a Patrulha Escolar e o PROERD, que mobilizam milhares de estudantes e educadores de todo o Paraná, são esquecidos pelas mesmas páginas que tratam, com freqüência alarmante, o Sistema Público de Ensino com intuitos dilapidadores.

Será que V. Sa. e seus repórteres não podem pensar que estão denegrindo não apenas a instituição Escola Pública como também os professores e alunos que a compõem? Será que não é possível pensar que estão prestando um desserviço ao público? Não é possível entender que os pais dos estudantes das escolas públicas se sentirão mais inseguros com essa abordagem irresponsável dos fatos? Será que esses pais precisam passar por isso já que não se sabe realmente quem foi o culpado do ato abordado na matéria? Será que não se pensa nas conseqüências desse tratamento jornalístico na comunidade?

Sabemos que esse veículo não tem vendido tanto quanto desejariam seus patrões e sabemos que há uma inegável parcialidade no tratamento de matérias relacionadas ao governo do Paraná. Podemos perguntar, também: Será que vale tudo para ganhar leitores? Será que vale tudo para denegrir a imagem de um político ou de um governo?

Aguardamos a devida correção do título da matéria em questão.

Marcio Bernardes de Carvalho
Coordenação de Política para a Juventude
SEED / PR Esporte / Diretoria de Lazer

Luiz Geremias
Assessoria de Comunicação da SEED