Um levantamento da Agência Pública mostra que em nove das 12 cidades que abrigarão partidas da Copa do Mundo de 2014 o financiamento federal para construção e reformas de estádios entre 2010 e 2013 superou os repasses da União destinados à educação nesses municípios. Para fazer a pesquisa, a agência usou dados do portal da CGU. Apenas Rio, Brasília e São Paulo receberam mais dinheiro para o ensino do que para obras em campos de futebol no período.
O cálculo da Agência Pública, organização voltada para o jornalismo investigativo, considerou os repasses federais para os municípios, sem levar em conta a verba investida pelos estados e pelas próprias prefeituras. Em Recife, segundo constatou a entidade, a Arena Pernambuco recebeu financiamento federal de R$ 400 milhões, enquanto o repasse da União para o ensino nesse mesmo município teria ficado em R$ 123 milhões. Diferença de mais de 300%. O financiamento para a construção ou reforma nos estádios têm limite de R$ 400 milhões e devem ser pagos, com juros, ao BNDES.
De acordo com a Agência Pública, Brasília é a única sede da Copa que não recebeu investimento direto do governo federal para construir ou reformar seu campo de futebol. Toda a verba usada até agora no Estádio Nacional Mané Garrincha teria saído dos cofres do próprio governo do Distrito Federal. Já para a educação, Brasília recebeu R$ 33 bilhões da União para a educação nos últimos quatro anos, como informa a organização.
Para a obra do Maracanã, segundo a entidade, o governo do Rio de Janeiro tomou emprestados do BNDES R$ 400 milhões. De 2010 até setembro, a União teria repassado R$ 1,6 bilhão para a educação no município. A Arena de São Paulo está sendo erguida pela iniciativa privada, com financiamento de R$ 400 milhões. A capital paulista teve o repasse de R$ 465 milhões para o ensino.
Em Salvador (BA), foram R$ 323 milhões de repasses federais para a Arena Fonte Nova e R$ 133 milhões para a educação, de acordo com a pesquisa da Agência Pública. Em Belo Horizonte (MG), teriam sido R$ 400 milhões para o Mineirão e R$ 238 milhões para o ensino. Em Porto Alegre (RS), R$ 275 milhões para o Beira-Rio e R$ 143 milhões para a educação. Em Cuiabá (MT), o financiamento para a Arena Pantanal foi de R$ 339 milhões, enquanto a cidade teria recebido R$ 220 milhões de invesimentos federais para a educação.
Deixe um comentário