Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidiram na sexta (8) continuar em greve, depois de assembleia realizada em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Eles estão parados desde as 16h de ontem (7).
Criada em novembro de 2007, a EBC é responsável pelo funcionamento da Agência Brasil, do Portal EBC, de oito emissoras de rádio AM/FM/OM (Nacional e MEC), da Radioagência Nacional, da TV Brasil e da TV Brasil Internacional. A EBC opera ainda, por contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência da República com a Diretoria de Serviços, o canal de TV NBR, o programa de rádio A Voz do Brasil, dentre outros serviços. A empresa tem 2.151 mil empregados.
A greve dos empregados da EBC foi aprovada em assembleia na última terça-feira (5) quando os funcionários rejeitaram a proposta apresentada como a última possível pela empresa, nas negociações.
Pela proposta, os salários teriam reajuste de 5,86%, referentes às perdas da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais ganhos reais de 1%, divididos da seguinte forma: 0,5% em 2013 e 0,5% em novembro de 2014. O auxílio-creche seria reajustado em 5,95%. Os trabalhadores ainda receberiam um tíquete-alimentação extra de R$ 832 em dezembro de 2013 e outro em dezembro de 2014, corrigido pela inflação acumulada no período.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Jonas Valente, os trabalhadores vão tentar conversar novamente com a empresa até a próxima segunda-feira (11), quando se realiza nova assembleia, às 13h. “Caso a greve continue depois da segunda, decidimos fazer um ato em frente ao Ministério do Planejamento, que é quem determina a assinatura do acordo coletivo”, disse Jonas. Para o coordenador do sindicato, é preciso que o governo federal valorize a comunicação pública ampliando os investimentos na EBC e em seus trabalhadores.
Os funcionários permanecem defendendo contraproposta de reajuste salarial de R$ 290 para cada servidor e aumento de 11% no valor do tíquete-alimentação. E também querem que a data-base, hoje em outubro, seja transferida para maio.
De acordo com o diretor de Administração e Finanças da EBC, Alexandre Assumpção Ribeiro, a empresa entrará, até segunda-feira, com ação para julgamento de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Agora, com o julgamento do dissídio, a EBC voltará à proposta anterior apresentada no início das negociações aos empregados. Nela, foi proposta a correção pelo IPCA, de 5,86%, e o mesmo percentual para benefícios, exceto o auxílio-creche, que seria reajustado em 5,95%. “Estamos procurando uma instância neutra que dará uma decisão a qual vamos acatar”, disse.
Segundo o diretor, a EBC continua respeitando o direito de greve, mas a intenção, com a ação para a instalação do processo de dissídio, é manter os serviços funcionando. “A empresa espera que o dissídio seja julgado rapidamente. A EBC tem uma missão muito nobre que é ser um grande canal de comunicação pública”, observou Assumpção.
Para Jonas Valente, a decisão do dissídio demanda a anuência das duas partes e diz que não há deliberação de assembleia, nem posição das entidades que estão na negociação, no sentido de apelar a este recurso. “Nós não consideramos que as negociações se encerraram, apesar da greve, e, por isso, não achamos que o impasse deva ser resolvido na Justiça do Trabalho”, argumentou.
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