Em depoimento de delação premiada, o operador financeiro Lúcio Funaro afirmou que, em 2016, repassou R$ 1 milhão ao então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que o peemedebista pudesse “comprar” votos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. As informações são do G1.
A declaração está em um dos vídeos dos depoimentos da delação premiada de Funaro, que se tornaram públicos nesta semana depois de aparecerem no site oficial da Câmara dos Deputados.
O operador afirmou que o repasse foi feito a pedido de Cunha, para supostamente garantir que a petista fosse afastada da Presidência durante o processo de impeachment.
O pedido, segundo Funaro, foi feito via celular, por um aplicativo que não armazena as mensagens no aparelho.
“Ele me pergunta se eu tinha disponibilidade de dinheiro, que ele pudesse ter algum recurso disponível pra comprar algum voto ali favorável ao impeachment da Dilma. E eu falei que ele podia contar com até R$ 1 milhão e que eu liquidaria isso pra ele em até duas semanas, no máximo”, relatou Funaro.
Ao ser questionado por uma procuradora sobre se Cunha teria dito expressamente que o dinheiro seria para comprar votos de deputados, Lúcio Funaro respondeu: “Comprar votos. Exatamente”.
Em nota, Eduardo Cunha disse desmentir “com veemência” o teor da delação de Funaro e o desafiou a provar as acusações.
“As atividades criminosas do sr. Lúcio Funaro foram feitas por sua conta e risco, não cabendo agora, para obter benefícios, atribuir sem provas a outros a sua cumplicidade”, disse.
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