No primeiro semestre de 2013, primeiro ano da gestão de Gustavo Fruet à frente da prefeitura de Curitiba, foi apresentado um plano de mobilidade para a cidade e ele contemplava as obras de alta e média capacidade de transporte que seriam realizadas – ou pelo menos iniciadas – até 2017.
Das sete propostas apresentadas pelo Executivo, três tinham previsão de serem concluídas até o fim deste ano e outras três, até 2018. Entretanto, nenhum dos sete projetos segue de acordo com o cronograma original e a maioria ainda não saiu do papel. A reportagem é de João Frey, na Gazeta do Povo.
Metrô não saiu do papel
Segundo o que foi apresentado pela prefeitura no Plano de Mobilidade, o metrô da capital teria 22,2 km de extensão, ligaria a Cidade Industrial ao Santa Cândida e transportaria 600 mil passageiros por dia útil.
O que a prefeitura diz: O início da licitação da obra depende do posicionamento do Ministério das Cidades sobre o parecer de análise do projeto feito pela Caixa e, principalmente, da disponibilidade de recursos da União.
Conclusão da Linha Verde – Obras atrasadas
Até o fim deste ano, a prefeitura de Curitiba previa o fim das obras na Linha Verde, incluindo a implementação da linha Ligeirão Atuba/CIC Sul, que transportaria 45 mil passageiros/dia.
“Conclusão da transformação da antiga BR-116, em seu trecho urbano, em uma via de integração metropolitana, com canaletas exclusivas de ônibus expressos”, diz o Plano de Mobilidade.
O que a prefeitura diz: estão em obras o trecho 3.1, da Av. Victor Ferreira do Amaral até o Bacacheri; e 3.2, no Bairro Alto. Os outros três lotes de obras estão sendo mais demorados que o esperado, segundo a prefeitura, por causa da antiguidade e complexidade dos projetos. Além disso, a grande quantidade de projetos e metas de mobilidade acabou por acumular muito trabalho sobre uma equipe de servidores. Após a análise dos projetos, o início das obras ainda depende da disponibilidade de recursos do governo federal.
Ligeirão Leste-Oeste não saiu do papel
Assim como foi feito na linha Santa Cândida/Capão Raso e na canaleta da Avenida Marechal Floriano Peixoto, o Plano de Mobilidade previa o desalinhamento das estações-tubo de modo que pudesse ser implantado um ligeirão que faria a ultrapassagem do expresso tradicional também na linha Leste-Oeste. O ligeirão faria poucas paradas, portanto seria mais rápido e ajudaria a reduzir a quantidade de passageiros nas linhas comuns. Além disso, estava prevista a construção e reforma de terminais.
O que a prefeitura diz: A primeira etapa dos desalinhamentos já está licitada e aguarda autorização para início da obra, que depende da liberação de recursos pelo Ministério das Cidades. As outras três etapas da obra e os demais itens do projeto estão em avaliação pela Caixa Econômica Federal.
Inter 2 não saiu do papel
O projeto de requalificação do Inter 2 previa obras no itinerário da linha, visando o aumento da capacidade de passageiros e da velocidade operacional: implantação de faixas exclusivas, compartilhamento de trechos de canaletas, reforma e construção de terminais, além de trincheiras e implantação de binários.
O que a prefeitura diz: A trincheira da Mario Tourinho é o único item do projeto em condições de licitação, mas aguarda homologação pelo Ministério das Cidades. As demais intervenções estão em fase de finalização de projetos e correções do orçamento.
Veículo Leve Sobre Pneusnão saiu do papel
Dividido em duas fases, o projeto de implantação do VLP previa a ligação entre o bairro Cachoeira com o centro da cidade e, posteriormente, a conexão com a Av. Mal. Floriano Peixoto. A solução foi apresentada no Plano de Mobilidade como uma “verdadeira ferramenta de reconquista do espaço público”.
O que a prefeitura diz: Os projetos não foram contemplados pelo governo federal no PAC Mobilidade, de 2013, portanto não existe previsão de recursos para o modal. Como alternativa, a prefeitura lançou um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a implantação e operação de linhas de transporte público com acionamento elétrico. As propostas apresentadas pelos proponentes e os projetos estão em análise pela comissão encarregada do processo.
Anel Viário não saiu do papel
A ideia era redistribuir o trânsito de veículos para diminuir o fluxo em direção à área central. Para isso, estavam previstas a requalificação de 61,3 km de vias na periferia.
O que a prefeitura diz: O projeto não foi contemplado no PAC Mobilidade, de 2013, portanto não existe previsão de recursos para o modal.
Contorno Sul não saiu do papel
A intervenção previa a revitalização das pistas marginais do Contorno Sul, além da implantação de uma via marginal de 10 km no sentido Norte-Sul. Segundo o Plano de Mobilidade, esta é uma das regiões com maior incidência de acidentes de trânsito na cidade.
O que a prefeitura diz: O Contorno Sul não está na governabilidade do município. Apesar de beneficiar Curitiba, o projeto está a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. No órgão, o processo licitatório está suspenso para revisão da planilha orçamentária.
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