Por Ana Carolina Bendlin, em O Estado do Paraná:
A partir desta quinta-feira (4), a Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Paraná (DPF) no Paraná tem um novo comando.
O ex-delegado federal de Foz do Iguaçu, José Alberto de Freitas Iégas, assume a função nesta data com o desafio de melhorar o desempenho da corporação no combate ao tráfico e ao contrabando no Estado, principalmente na região de divisa com o Paraguai, “a fronteira terrestre mais movimentada do país”, de acordo com ele.
Iégas substitui Rosalvo Ferreira Franco, que, por sua vez, ocupou o cargo interinamente nos meses de junho e julho, após Maurício Leite Valeixo ter sido designado para outra função, em Brasília.
Por ter ocupado durante dois anos o cargo de delegado federal em Foz do Iguaçu antes de assumir a Superintendência, Iégas tem consciência da necessidade de atenção à região.
No entanto, de acordo com ele, o trabalho de monitoramento da fronteira vai melhorar muito ainda este ano, quando começa a operar o primeiro veículo aéreo não tripulado brasileiro. “O Paraná foi escolhido para ter a primeira base deste veículo aéreo, localizada no município de São Miguel do Iguaçu, próximo a Foz. Isso mostra que realmente essa região é considerada prioritária para o governo federal”, comenta. Além disso, ele conta que a PF está desenvolvendo um estudo para implantar uma base para helicópteros em Foz. Com isso, o monitoramento da fronteira seria facilitado, apesar da dificuldade devido às rotas de fuga existentes na região, principalmente pelo rio.
O novo superintendente também inicia suas atividades já com uma novidade, a implantação de um sistema de recebimento de denúncias por e-mail, que deve complementar o trabalho da central telefônica já existente. “Queremos aproximar a população do trabalho da PF no Paraná”, conta. Além da criação dessa nova ferramenta e do cuidado com a fronteira com o Paraguai, Iégas ainda aponta mais uma prioridade para este início de gestão. “O tráfico de drogas e de armas, o contrabando e o desvio de recursos são preocupações constantes da PF no Estado, mas essas atividades não acontecem apenas na fronteira e, por isso, também precisamos dar uma atenção especial à região de Paranaguá devido à proximidade com o porto”, avalia.
Litoral
De acordo com ele, a delegacia de Paranaguá, a única localizada no litoral do Estado, é a que está mais defasada atualmente “tanto em relação ao efetivo quanto à estrutura física”. “A região de Foz continua sendo prioridade, apesar de já ter melhorado bastante, mas as estatísticas apontam que o litoral também é uma região problemática, porque elas demonstram que o porto é usado para a finalidade do tráfico”, comenta. Para o novo superintendente, o ideal seria dobrar o efetivo da delegacia, que atualmente conta com cerca de 30 policiais. “Precisamos de mais gente, mas também não podemos ficar reféns de concursos da PF. Por isso, estamos pensando também em outras estratégias, como o envio de policiais em missão e a realização de operações especiais”, revela.
Estrutura
Iégas ainda comenta que gostaria de aumentar o número de policiais federais em todo o estado, mas ressalta que “nem a falta de efetivo nem a falta de estrutura e recursos são desculpas para que o trabalho não seja bem feito”. De acordo com ele, 2011 está sendo um ano difícil em relação à obtenção de verbas devido ao início de um novo governo federal. Apesar disso, o novo superintendente avalia a estrutura da PF no Paraná como boa e o trabalho desenvolvido como satisfatório. A única ressalva seria para a emissão de passaportes, que ainda poderia ser melhorada, pois apesar de o Paraná ter condições de suprir sua própria demanda, tem recebido solicitações de estados vizinhos, o que dificulta o trabalho.
Ao todo, a Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Paraná, além de sua própria sede em Curitiba, conta com sete delegacias distribuídas pelo Estado, que abrigam cerca de mil policiais federais. Além de seu próprio efetivo, a PF ainda conta com o apoio de outras corporações, como a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Receita Federal, em suas operações. Para Iégas, a integração é fundamental para o bom desempenho da PF e, em comparação com outros estados, o Paraná seria um dos mais avançados nesse sentido. O novo superintendente ainda comenta que essa integração será essencial para que haja um bom trabalho durante a Copa de 2014, que já está sendo planejado.