do Estadão
A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, começou mal sua campanha ao governo do Paraná, em 2014. Para se cacifar, ela dedicou os fins de semana a visitar mais de 20 municípios em apoio a prefeituráveis petistas ou coligados com a legenda, mas sua transferência de votos está sendo tímida, segundo números das pesquisas e especialistas.
Mesmo com chance de garantir sua candidata Márcia Lopes (PT) para o 2.º turno em Londrina, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem, Gleisi deve levar desta eleição um fracasso pessoal: o fiasco do candidato na capital Gustavo Fruet (PDT). Ela conseguiu convencer o ex-presidente Lula de que apoiar o ex-tucano e ex-caçador de mensaleiros seria melhor do que lançar candidato próprio, o que acabou rachando a militância petista.
Ignorado pela presidente Dilma Rousseff e por Lula, Fruet não deve chegar ao segundo turno, mesmo com o apoio de Gleisi e do marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Fruet subiu de 18% para 21% na pesquisa Ibope de ontem, mas continua em 3.º lugar, atrás do prefeito Luciano Ducci (PSB), que caiu de 31% para 28%, e do líder Ratinho Júnior (PSC), que subiu 1 ponto em relação à pesquisa anterior e agora tem 39% dos votos válidos.
“O eleitor curitibano é conservador e rejeita o PT, por isso ministros não fazem tanta diferença”, diz o cientista político Emerson Cerve, da Universidade Federal do PR. Sabendo disso, Fruet apostou em “luz própria”. Nem foi tirar foto com Lula para a campanha, o que provocou mais uma rusga entre os dois. Para Dilma, nem tudo está perdido. Para o PT é natural apoiar no segundo turno Ratinho Júnior, cujo partido está na base aliada. Como deputado federal, ele coordenou a campanha de Dilma na cidade. Líder do PSC na Câmara, integrou o conselho político de Dilma. Para arrematar, Lula é amigo do pai do candidato, o apresentador Ratinho, com quem já declarou que gosta de comer rabada.
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