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Foz do Iguaçu criou mais empregos no Oeste do Paraná

Indicadores apontam crescimento da economia através de setores como turismo, logística e serviços – visitação no parque e movimento no aeroporto e na logística superam os anos 2021, 2020 e 2022

Uma série de indicadores afasta qualquer tese mais catastrófica de que a economia de Foz do Iguaçu está estagnada ou abaixo do esperado em relação às maiores cidades do Paraná. O Caged divulgado no último dia 30 aponta, por exemplo, o maior crescimento na  criação de empregos entre as cidades de 15 regiões paranaenses, incluindo o oeste e o sexto melhor resultado entre os 399 municípios do estado.

Em 2023, foram criados 2.824 empregos em Foz, à frente de  Pinhais (2.779),  Assis Chateaubriand (2.469), Colombo (2.419), Toledo (2.257), Cascavel (2.031), Guarapuava (1.696), Paranavaí (1.370), Campo Largo (1.344), Araucária (1.323), Paranaguá (1.204), Francisco Beltrão (1.074), Campo Mourão (1.064), Rolândia (1.024), Carambeí  (999) e Arapongas (955). A frente de Foz ficaram Curitiba (12.792), Londrina (6.728), São José dos Pinhais (5.886), Maringá (5.272) e Ponta Grossa (3.838).

Na sexta-feira, 2, a agência do trabalhador dispunha de 546 vagas, oportunidades de empregos, para 11 funções, a maioria nas áreas de turismo, serviços e construção civil, setores que indicam, no caso de Foz do Iguaçu, uma economia ativa e recuperada do período pandêmico. “Em Foz do Iguaçu, é preciso crescer a renda do trabalhador, ou seja, o setor privado pagar melhores salários, o que pode impactar em parte de informalidade tão característica da tríplice fronteira”, disse um sindicalista que representa os trabalhadores de um dos setores do turismo.

Logística
Um outro setor que aponta a economia em desenvolvimento e não em retração como supõe setores da política é a logística. O porto seco teve em 2023 o maior movimento desde que foi instalado em Foz do Iguaçu, superando em 3,27% o valor girado em 2022. O fluxo total atingiu US$ 6,7 bilhões – a impressionante cifra de R$ 33,5 bilhões -, divididos em US$ 3,9 bilhões de exportações e US$ 2,7 bilhões de importações.

É o maior terminal alfandegário de desembaraço de mercadorias da América Latina com 176.090 caminhões liberados em 2023. Foram 89.367 cargas de importação e 86.723 cargas de exportação –  11.605 à Argentina e 75.118 ao Paraguai. Com o Paraguai o fluxo foi de 134.579 passagens – 59.461 na importação e 75.118 na exportação. Com a Argentina, foram 41.511 passagens – 29.906 na importação e 11.605 na exportação.

Os valores movimentados pelo porto seco potencializam uma série de atividades que vão do comércio de peças e combustível  aos serviços de borracharia, mecânica, alimentação, armazenagem, entre outros. Os empresários do setor esperam incluir novos serviços como embalagem e processamento de cargas a granel com destinos, principalmente, ao mercado interno brasileiro e ao mercado paraguaio.

Aeroporto
O terceiro indicativo que afasta os maus agouros está nos dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) ao apontar que 1.888.934 passageiros embarcaram ou desembarcaram no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu em 2023, crescimento de 27,9% em relação ao ano anterior. Desde 2000, é o terceiro aumento consecutivo, o que demonstra o processo de retomada do patamar do período pré-pandemia.

Esses números tendem a crescer porque primeiro, a Anac não homologou ainda a ampliação da pista para receber aeronaves de grande porte, o que vai ensejar maior fluxo de visitantes estrangeiros das américas (sul, central e norte), Europa e Ásia, assim como maior número de conexões com outros destinos turísticos do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste).

O aeroporto poderá abranger ainda um terminal internacional de cargas, alcançando a região como uma central de logística, porto de entrada do Mercosul, para cargas de exportação e internacional aliando os modais rodoviário (porto seco) com o ferroviário (ramal da ferroeste) e hidroviário (hidrovia Tietê-Paraná). O Novo PAC prevê a construção de estudos de viabilidade da hidrovia para passar por Foz do Iguaçu.

Visitantes
Os descontentes de plantão devem se atentar ainda aos números de visitação do Parque Nacional do Iguaçu. Em 2023, o parque recebeu 1.833.398 visitantes, alta de 28% em relação ao ano passado e próximo aos dois milhões recebidos em 2019, a maior visitação em 25 anos.

Além da recuperação do período pandêmico – 2020 e 2021 -, os números de 2023 são a terceira melhor marca desde 1998, quando a visitação começou a ser registrada sistematicamente. Além do parque, os números de visitantes de outros atrativos turísticos – Marco das Três Fronteiras (445.542), Usina Itaipu ( 509.899) e Parque das Aves (804.596) – foram superiores ao ano de 2022.

Embora um bom indicador, os números do parque nacional subestimam a visitação em Foz do Iguaçu. Uma nova métrica, em estudo no Parque Tecnológico Itaipu – vai contar os visitantes do turismo rodoviário e aqueles que, necessariamente, não vão às Cataratas do Iguaçu. “São visitantes que fazem parte do turismo de compras no Paraguai e nas lojas francas e de outros atrativos (roda gigante, wonder parks) abertos e de serão abertos como o Aquafoz, Mercado Municipal e Ponte de Integração”, aponta um operador de turismo que a visitação na tríplice fronteira passa de 3,5 milhões de turistas.

Alvarás e empresas
O crescimento vertiginoso do número de alvarás de construção e de empresas abertas também são mais dois indicadores maracujinas aos que enxergam o copo mais vazio do que cheio. Em 2019, a prefeitura liberou 2.229 autorizações para construção, 2.147 em 2020, 2.898 (2021), 2.568 (2022) e 2.305 (2023). Em 12 anos foram liberados 18.652 alvarás e nos últimos sete anos – período do governo Chico Brasileiro (PSD), foram autorizadas 14.817 construções – 79,4% do período levantado pela Secretaria Municipal da Fazenda.

Nas liberações estão construções de até 100 m² a mais de 1.000 m² de galpões e barracões industriais, salas comerciais, lojas, residências, conjuntos habitacionais, condomínios, edifícios residenciais e empreendimentos de grande porte.

Desde 2020, a Secretaria da Fazenda vem registrando uma boa média no número de empresas criadas ano a ano: 6.983 (2020), 7.925 (2021), 7.329 (2022) e 7.167 (2023). “Temos mais de 72 46 mil empresas na cidade, entre MEIs, microempresas, empresas de pequeno, médio e grande porte. Esse número só tende a crescer porque Foz do Iguaçu tem grande potencial nos seus quatro eixos econômicos (turismo, serviços, logística e agora, a habitação)”, disse o prefeito Chico Brasileiro.