Fórum da Tríplice Fronteira será oficializado sexta, 6, em Curitiba
O III Fórum Social da Tríplice Fronteira será oficializado nesta sexta-feira, 6, em Curitiba. O ato ocorrerá durante a Chamada Geral pela Integração Latino-Americana que acontece de 5 a 8, no centro de convenções, com temas referentes as lutas das movimentos sociais do continente. Comitivas de líderes sindicais, organizações sociais e trabalhistas dos países latinos são aguardadas para o encontro. As discussões serão focadas nas áreas política, social e econômica.
A reunião servirá de prévia aos debates da agenda do evento, que acontece em maio de 2008, em Foz do Iguaçu. A cidade faz fronteira com o Paraguai e Argentina. As edições anteriores ocorreram em Puerto Iguazú (Argentina, em 2004) e em Ciudad del Este (Paraguai, em 2006).
O Fórum da Tríplice Fronteira segue a mesma linha do Fórum Social Mundial. O conceito é o mesmo, mas o foco diferenciado. Ou seja, o espaço canaliza apenas os interesses dos trabalhadores e líderes cívicos ao promover a integração continental.
Aliança de interesses – Devido ao local da sede, os debates devem concentrar-se em eixos temáticos relacionados aos problemas que afetam a região da tríplice fronteira. As propostas atenderão, em primeiro plano, os projetos de desenvolvimento sustentável do Brasil, Argentina e Paraguai.
O favorecimento não se refere ao simples fato da identificação geográfica. Mas sim a base que pretende-se criar a partir da região de Foz do Iguaçu, a fim de promover a integração linear dos povos da América Latina. “A região da fronteira trinacional seria o nódulo e o marco geográfico, cultural, social e econômico para empurrarmos de maneira sólida a integração de todo o continente”, diz Rubens Diniz, um dos organizadores do fórum.
O encontro quer ainda responder aos acordos traçados durante os fóruns anteriores, quando as autoridades e os dirigentes definiram estratégias sociais ao bloco. Ela faz parte do movimento nacional de debates relativos à América Latina.
A idéia é propor soluções de problemas fronteiriços, entre eles, a questão dos recursos naturais, como o Aqüífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do mundo. O reservatório estaria atraindo interesses econômicos de países desenvolvidos como os EUA.
Amplitude de diálogo – Outros temas programados são o contrabando de mercadorias e produtos importados do Paraguai, a imigração clandestina e uma suposta militarização da região apregoada aos norte-americanos em países submergentes situados ao redor do Brasil, principalmente no Paraguai e em áreas próximas a floresta amazônica.
O fórum quer visualizar os problemas da região em parceria com os movimentos sociais que compõe o Cone Sul.
Os organizadores do evento avaliam o Fórum Social da Tríplice Fronteira como espaço de debate democrático de idéias, reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil, que opõem-se ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo.
Uma das características é a pluralidade e a diversidade, sem caráter confessional, governamental ou partidário, apesar da transparente bandeira a favor da defesa dos interesses políticos da área. Com base nisso, o projeto deseja facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional.
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