A destruição da Vila Capanema para a construção de novos prédios para sedes de governo, como secretarias e autarquias, parece uma ótima ideia, mas os exemplos de outras capitais demonstram o que está por vir em Curitiba. Uma mina a céu aberto para empreiteiras lucrarem e o serviço continuar com os mesmos problemas e desafios, só que agora em novos prédios que chegam a custar sete vezes mais do que o valor de mercado. A iniciativa de Fruet tem apoio do governo federal através de Paulo Bernardo (Comunicações).
A Folha de S. Paulo dá vários exemplos da febre dos centros cívicos que tomou conta no país e que fazem a alegria das empreiteiras. Em Minas Gerais, o centro administrativo do governo, na Via Verde, custou R$ 1 bilhão. No Rio de Janeiro, a prefeitura inaugurou há dois anos um centro de operações no valor de R$ 102,8 milhões. Em Brasília, o governo do DF construirá seu centro de gestão similar a do Rio por incríveis R$ 777,2 milhões.
E pode se esperar contratos que, em sua maioria, são presentes: a prefeitura costuma doar os terrenos, em áreas muito valorizadas, as empreiteiras entram com a construção, cobra os preços elencados acima, e a administração pública ainda paga por alugar os prédios por períodos de até 50 anos, como em Brasília. Lá o custo será de R$ 12 milhões por mês – isso dá R$ 150 milhões por ano, ou R$ 7,5 bilhões em meio século (sem contar os juros). A multa por cancelamento de contrato é milionária.
Deixe um comentário