O Globo
Há mais de 50 dias, o filho de um brasileiro está sequestrado no Paraguai. O jovem Arlan Fick, de 16 anos, foi levado pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP), uma guerrilha que atua principalmente na região rural do país e, apesar de seu pai, Alcido Fick, ter pagado um resgate de US$ 500 mil, ele continua desaparecido e sem dar qualquer sinal de vida. Dono de terras no Paraguai, Alcido não pediu ajuda às autoridades brasileiras, mas a Embaixada acompanha de perto o caso.
O sequestro também é seguido pelo governo do presidente Horacio Cartes, que, desde que chegou ao poder, em agosto do ano passado, reforçou a militarização na região Noroeste do Paraguai, onde opera o EPP.
Arlan foi sequestrado no dia 2 de abril, no departamento de Concepción, a cerca de 400 quilômetros de Assunção. Segundo informações da imprensa local, membros do EPP invadiram terras de seu pai para roubar alimentos e, em meio a um tiroteio com o Exército, levaram o jovem. Na ação, dois guerrilheiros e um militar morreram.
“Por favor, liberem meu filho Arlan como prometeram. Somos gente trabalhadora, não temos problemas com ninguém. Estou muito doente, e minha senhora está muito fraca. Por favor senhores, já é suficiente”, aelou o pai de Arlan.
Ninguém sabe, no Paraguai, a dimensão real do EPP. Mas as autoridades do país acreditam que o grupo tem hoje, no máximo, cem membros. Alguns estão presos, e uma das condições da guerrilha para soltar Arlan é, justamente, a libertação de seus integrantes. O EPP sequestrou a filha do ex-presidente Raúl Cubas (1998-1999), e a matou, mesmo após o pagamento de resgate.
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